terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Deixe o diretor do marketing morrer

Vamos poupá-lo de mais sofrimento, diz o recente editorial da Advertising Age. Nos Estados Unidos, como em todo o mundo, este cargo está se tornando uma cadeira quente. De um lado os acionistas estão contando centavos e exigindo explicação para qualquer despesa. Do outro, um mundo em revolução. Bem diferente do passado, ninguém sabe mais quem é o cliente, onde ele está e, se ele existe mesmo, como podemos acessá-lo pelo menor custo/benefício e, de preferência, “prá ontem”.
Se você é diretor de Marketing do Google, por exemplo, está com um emprego garantido: basta sentar e ouvir os elogios, enquanto recusa propostas dos publicitários para fazer “aquele anúncio de 30 segundos em rede nacional para vai mudar a sua vida”. Agora, se você é diretor de Marketing da maioria das empresas que não tem um produto ou serviço tão fantástico quanto o Google, está em maus lençóis. Sugere uma campanha da TV, enquanto o consumidor recebe notícias no celular. Faz planos para uma campanha virtual, quando o contato do consumidor com a mídia é o outdoor que ele vê quando vai para o trabalho.
Os papas do setor argumentam que marketing é um trabalho difícil, demorado, multifacetário, que precisa estar à frente de um produto ou serviço legal. É uma espécie de pedido de prazo até que o dono da empresa descubra que o esforço de marketing não deu certo. Raramente acontece o contrário. A pesquisa da Spencer Stuart, divulgada na Business Week, diz que os diretores de Marketing permanecem no cargo, em média, cerca de 26 semanas. Já os diretores de Informática (36) e de Finanças (39) ficam um pouco mais. O último a cair é o comandante do barco, o CEO, com apenas 44 semanas, ou apenas 11 meses.
Já se foi o tempo em que a diretoria de Marketing era um cargo reservado à filha do dono ou ao genro “que a gente não sabia aonde pôr”. Hoje, as empresas reconhecem sua importância, mas a tendência é que este cargo não esteja na mão de uma só pessoa, mas de todo o mundo. A idéia é que todos dividam esta responsabilidade, a começar pelo contínuo. Se você visitar o campus da Microsoft perto de Seattle, descobrirá que metade dos 60 mil funcionários está fazendo software, enquanto a outra metade marketing. No Google é a mesma coisa. E na Apple também. O resto é resto.
Para evitar o destino da maioria dos diretores de Marketing, a demissão, os marqueteiros agora estão propondo novas formas de sobrevivência nas empresas. Quando deixou a Toyota para ocupar o mesmo cargo na Ford, o CMO (chief marketing officer) James Farney descobriu que teria vida curta caso não vinculasse seus resultados com as vendas mensais, o parâmetro de sucesso da indústria automobilística. Propôs ao CEO Alan Mulally, que veio da Boeing, que ficasse responsável também pelas vendas do mercado mais problemático da Ford, os Estados Unidos. Assim, explicou, estaria na mesma panela de pressão dos colegas. Mulally aceitou e Farney manteve o emprego. Nas reuniões mensais de estratégia, não pode mais dourar a pílula com apresentações em power point ou recitar os mantras dos marqueteiros. O resultado do seu trabalho está ali, frente a frente com a realidade.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Nem sexo, nem drogas, sé rock and roll

O pastor batista Mike Huckabee, 51 anos, um “ex-viciado em comida” que perdeu 50 quilos em 60 dias e virou um menestrel das dietas, poderá ser o próximo presidente dos Estados Unidos. Ex-governador do Arkansas que nasceu na mesma cidade de Bill Clinton, Hope, Huckabee teve uma ascensão meteórica nas pesquisas de opinião nos últimos dias, batendo todos os outros candidatos à indicação do Partido Republicano para concorrer à presidência.
Os jornais atribuem a virada à religiosidade de Huckabee, o que cai como uma luva nos eleitores que, em matéria de política, preferem à Bíblia à Constituição. O homem é contra o aborto, o casamento homossexual e pesquisas com embriões humanos, embora não repita estes mantras da direita nos discursos e entrevistas. Ao contrário, ele parece um livro de auto-ajuda que se abre a cada questionamento dos eleitores ou dos jornalistas. Olhos nos olhos, voz firme, postura de vencedor, Huckabee prefere falar, por exemplo, do direito do cidadão em portar armas.
- A violência diminui quando o criminoso sabe que vai encontrar na próxima esquina um cidadão armado disposto a matá-lo, caso seja necessário, disparou ele outro dia.
Huckabee nunca fumou ou bebeu. Depois de ter sido diagnosticado com diabetes em 2003 e ter sido avisado por seus médicos de que morreria no máximo dentro de 10 anos, fez regime, correu maratonas como de Nova York e, ainda, elegeu o perigo da obesidade como tema de seus dois governos no Arkansas. Lá, traindo outro mantra republicano, elevou os impostos e é criticado até hoje por isto. Como o ex-presidente e conterrâneo Bill Clinton, que pensava tocar saxofone, ele arranha uma guitarra em concertos de rock and roll.
O ex-governador do Arkansas estava, até um mês atrás, na lanterna das pesquisas de opinião, o que o deixava à míngua na arrecadação de recursos para a campanha. Gastou só passagem de avião para conquistar eleitores de Iowa, o Estado que hospedará o cáucus no dia 3 de janeiro e que é a porta de entrada para medir a preferência do eleitorado. Lá, seu oponente mais próximo no Partido Republicano, Mitt Romney, o ex-governador de Massachusetts que é mórmon e milionário, já gastou mais de US$ 10 milhões do próprio bolso para ganhar a simpatia dos eleitores conservadores. Em termos nacionais, o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giulianni, é o preferido dos Republicanos, enquanto Hillary Clinton ainda lidera entre os democratas.
Huckabee é pós-graduado no seminário batista, mas resolveu entrar para a política quando ouviu um discurso do pai de todos os republicanos, Ronald Reagan, em agosto de 1980, num estádio de Dallas, Texas, ao lado de 15 mil evangélicos. “Todas as complexas e horrendas questões que confrontamos hoje em casa e no mundo tem as respostas em um simples livro”, disse o cowboy. Ali, segundo Huckabee, estava a gênese de todo o movimento cristão e conservador. Que, há mais de 20 anos, invadiu a política nos Estados Unidos.
Por esta e por outras a eleição presidencial norte americana vem sendo considerada uma das mais interessantes e importantes da história recente. Com base nas atuais pesquisas de opinião, poderemos ter uma mulher, um negro ou um pastor na Casa Branca. Já pensou como será o mundo a partir daí?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Já Escolheu o homem (ou a mulher) do ano?

Desde 1927, a história se repete: a revista Time, a mais influente do mundo, escolhe o homem (ou a mulher do ano). A tradição nasceu do acaso. Em 1927, como em todos os anos, havia falta de notícias entre o Natal e ano-novo. Parece que o mundo descansa nesta época. Sem assunto, e para remediar o fato de não terem colocado na capa o herói daquele ano, o aviador Charles Lindbergh, o primeiro homem a cruzar o Atlântico de teco-teco, a premiação começou.
Os editores da revista recusam-se a considerar a capa do Homem do Ano um prêmio. O perfil é do homem, ou mulher, ou casal, ou grupo, ou idéia, ou lugar, ou máquina que, para !mlehor ou pior modificou os eventos de determinado ano". Hilter ganhou em 1939, como você, isto mesmo, você, ganhou no ano passado por mudar o mundo através da internet. Há uns tempos, pode votar eletronicamente, mas quem dá a palavra final são os editores.
Em 2007, os candidatos são J.K Rowwling (primeiro lugar), autora do Harry Potter, seguida pelo Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, o candidato negro a Presidência Brack Obama, a secretária de Estado Condoleeza Rice e o encrenqueiro Ahmadinejad, prediedente do Irã. Você ainda pode votas no site ww.time.com em Steve Jobs, da apple, no general David Petraeus (milagrosamente está diminuindo a violência no Iraque), Hillary Clinton (imbatível nas preferências dos democratas para suceder Bush), e Vladimir Putin, o manda-chuva da Rússia.
A capa do Homem do Ano parece um agradecimento da humanidade à pessoa que mudou odestno da Terra nos 365 dias anteriores. Ou nos últimos cem anos, como Albert Einstein, já escolhido como Homem do Século. Como tudo nos Estados Unidos, sempre foi motivo de controvérsia. A tendência é obter a simpatia do eleitor elegendo gente que faz o bem. Bin Laden mudou o mundo para pior foi desprezado em 2001. Contraditoriamente, o Ayatollah Khomeini, salvador para os islâmicos, foi eleito em 1979.
O evento tem seus demônios. Na votação via internet em 2006, Hugo Chavéz ganhou, seguido por Nacy Pelosi, a falante presidente do Congresso norte-americano. Para esquentar o debate, que tal votar em George W. Bush, que já ganhou em 2004? A teimosia do homem que, contra a vontade de 6 bilhões de habitantes da Terra, manteve (e mantém) uma guerra fraticida, impopular. Ele ainda não anunciou, mas tudo indica que o homem vai ganhar a Guerra no Iarque.