Atenção empresários, empreendedores, sonhadores e aventureiros. Mesmo com os mercados financeiros degringolando mundo afora, calcula-se que os Estados Unidos investirão este ano cerca de US$ 60 bilhões em novos negócios ou em projetos que precisam de um empurrãozinho para fazer sucesso.
Desde a bolha da Internet, no fim do século passado, nunca houve tanto dinheiro disponível para fazer um website que vai revolucionar a interação entre as pessoas, uma usina que vai transformar lixo em energia ou um remédio que vai curar os nossos males, entre outras idéias que, por vezes, podem torná-lo bilionário.
Os gringos, como vocês sabem, quando se lembram de nós, nos vêem como uma ilha longínqua e paradisíaca, abatida por violência e corrupção e presidida por um ex-operário.
Quem nos conhece mais de perto nos considera desorganizados, não confiáveis (chegar na hora, terno-e-gravata, planejar com antecedência etc.) e não entendem o português ou muito menos o inglês que pensamos que falamos. Em resumo, têm tolerância zero para desculpas esfarrapadas.
Portanto, antes de conquistar os corações (e os bolsos) dos investidores, aqui vão algumas recomendações para seu projeto brilhar no coração do capitalismo.
- Faça o plano de negócios. O business plan é a bíblia do mundo empresarial americano. Descreva o problema, a solução, o tamanho do mercado, prováveis clientes, a estratégia de vendas, parceiros, o modelo de negócios, os competidores (se não houver competidores é porque o negócio não presta) e quem vai administrar. Depois adicione uma planilha Excel com números que façam sentido (e que impressionem) e, por último, apresente a proposta, de preferência irrecusável. Faça a versão para o inglês, edite de uma forma elegante e revise dezenas de vezes. Um errinho (principalmente de inglês) é fatal. Não se esqueça de fazer um resumo que fisgue o investidor em não mais de 10 minutos (veja gráfico).
- Tenha um representante nos Estados Unidos. Mesmo com o advento do Skype, MSN, videoconferência ou algo que o valha, investidor quer ver o olho de quem ele vai apostar o seu rico dinheirinho. Pode ser uma empresa especializada, um consultor ou até aquele primo de terceiro grau do seu cunhado que se mudou para cá há dez anos, desde que ele (ou ela) fale inglês como português, entenda de números e conheça o estranho palavreado do mundo dos investimentos (uma boa dica é começar pela palavra “equity”). Grande parte dos prováveis negócios entre os dois países falha porque, devido à distância, uma das partes esquece, se desinteressa ou tem preguiça de fazer o follow up. Pague o justo (existem todos os tipos de preços) e, no máximo, ofereça bônus caso o negócio dê certo. Os consultores daqui costumam fazer dos Estados Unidos um bicho de sete cabeças, mas eles estão blefando a maior parte do tempo. Os americanos são como nós, só que fazem o dever de casa.
- O ideal é ter um pé aqui. O melhor dos mundos, no entanto, é que você tenha uma filial aqui que possa servir de interlocutora. Hoje em dia, o investidor não quer apenas depositar o dinheiro na conta, mas sim participar ativamente do processo, colocando a mão na massa ou metendo o bedelho através dos chamados conselhos de administração, ou boards. Como estar longe dos olhos é estar longe do coração, os empreendedores daqui, mesmo que não tenham idéias tão geniais quanto a sua, acabam levando vantagem e comendo o maior pedaço do bolo.
- Em Roma, como os romanos. Notícias sobre corrupção, violência, caos aéreo etc. deixam o investidor americano, que tem medo até da sombra, inseguro. Pode parecer conversa de Polyana, mas eles acham que fazer negócios corretamente não é apenas a melhor maneira de fazer negócios, mas a única forma. Por que aqui, caso você não jogue sob as regras, como eles dizem, há uma grande chance de você ir para a cadeia ou simplesmente ser expulso e nunca mais voltar ao mercado. Portanto, seja transparente. Mostre que você acorda cedo e dorme tarde, que os funcionários estão unidos e entusiasmados e que os clientes estão batendo à porta. Planeje e execute a longuíssimo prazo. Planilhas Excel semanais e coloridas com todos os números do negócio são recomendáveis. Ao contrário de nós, os americanos detestam surpresas.
Desde a bolha da Internet, no fim do século passado, nunca houve tanto dinheiro disponível para fazer um website que vai revolucionar a interação entre as pessoas, uma usina que vai transformar lixo em energia ou um remédio que vai curar os nossos males, entre outras idéias que, por vezes, podem torná-lo bilionário.
Os gringos, como vocês sabem, quando se lembram de nós, nos vêem como uma ilha longínqua e paradisíaca, abatida por violência e corrupção e presidida por um ex-operário.
Quem nos conhece mais de perto nos considera desorganizados, não confiáveis (chegar na hora, terno-e-gravata, planejar com antecedência etc.) e não entendem o português ou muito menos o inglês que pensamos que falamos. Em resumo, têm tolerância zero para desculpas esfarrapadas.
Portanto, antes de conquistar os corações (e os bolsos) dos investidores, aqui vão algumas recomendações para seu projeto brilhar no coração do capitalismo.
- Faça o plano de negócios. O business plan é a bíblia do mundo empresarial americano. Descreva o problema, a solução, o tamanho do mercado, prováveis clientes, a estratégia de vendas, parceiros, o modelo de negócios, os competidores (se não houver competidores é porque o negócio não presta) e quem vai administrar. Depois adicione uma planilha Excel com números que façam sentido (e que impressionem) e, por último, apresente a proposta, de preferência irrecusável. Faça a versão para o inglês, edite de uma forma elegante e revise dezenas de vezes. Um errinho (principalmente de inglês) é fatal. Não se esqueça de fazer um resumo que fisgue o investidor em não mais de 10 minutos (veja gráfico).
- Tenha um representante nos Estados Unidos. Mesmo com o advento do Skype, MSN, videoconferência ou algo que o valha, investidor quer ver o olho de quem ele vai apostar o seu rico dinheirinho. Pode ser uma empresa especializada, um consultor ou até aquele primo de terceiro grau do seu cunhado que se mudou para cá há dez anos, desde que ele (ou ela) fale inglês como português, entenda de números e conheça o estranho palavreado do mundo dos investimentos (uma boa dica é começar pela palavra “equity”). Grande parte dos prováveis negócios entre os dois países falha porque, devido à distância, uma das partes esquece, se desinteressa ou tem preguiça de fazer o follow up. Pague o justo (existem todos os tipos de preços) e, no máximo, ofereça bônus caso o negócio dê certo. Os consultores daqui costumam fazer dos Estados Unidos um bicho de sete cabeças, mas eles estão blefando a maior parte do tempo. Os americanos são como nós, só que fazem o dever de casa.
- O ideal é ter um pé aqui. O melhor dos mundos, no entanto, é que você tenha uma filial aqui que possa servir de interlocutora. Hoje em dia, o investidor não quer apenas depositar o dinheiro na conta, mas sim participar ativamente do processo, colocando a mão na massa ou metendo o bedelho através dos chamados conselhos de administração, ou boards. Como estar longe dos olhos é estar longe do coração, os empreendedores daqui, mesmo que não tenham idéias tão geniais quanto a sua, acabam levando vantagem e comendo o maior pedaço do bolo.
- Em Roma, como os romanos. Notícias sobre corrupção, violência, caos aéreo etc. deixam o investidor americano, que tem medo até da sombra, inseguro. Pode parecer conversa de Polyana, mas eles acham que fazer negócios corretamente não é apenas a melhor maneira de fazer negócios, mas a única forma. Por que aqui, caso você não jogue sob as regras, como eles dizem, há uma grande chance de você ir para a cadeia ou simplesmente ser expulso e nunca mais voltar ao mercado. Portanto, seja transparente. Mostre que você acorda cedo e dorme tarde, que os funcionários estão unidos e entusiasmados e que os clientes estão batendo à porta. Planeje e execute a longuíssimo prazo. Planilhas Excel semanais e coloridas com todos os números do negócio são recomendáveis. Ao contrário de nós, os americanos detestam surpresas.