Em uma bela tarde de sol de 1996, o analista de softwares Reed Hastings, que já tinha ficado rico com a bolha da internet, entrou numa loja da Blockbuster, em San Jose, Califórnia, para devolver o vídeo Apolo 13, com Tom Hanks. Ficou uma fera quando lhe entregaram uma conta de US$ 40 pelo atraso na devolução.
Foi aí que nasceu a Netflix (www.netflix.com), o maior serviço de aluguel de filmes de todo o mundo, já chamada de “a Starbucks da indústria cinematográfica”, que tem 6,3 milhões de usuários, 1,7 mil funcionários, 41 centros de distribuição, 70 mil títulos, e vale hoje, segundo o site da Nasdaq, mais de US$ 1,6 bilhão. A Netflix sozinha é responsável por 12% do mercado de aluguel de DVD nos Estados Unidos, o que significa cerca de US$ 8,4 bilhões.
O problema é que a empresa, desafiando todas as previsões do mercado, se recusa a morrer. É uma espécie de fantasma que, volta e meia, aterroriza a concorrência. A idéia - pague uma mensalidade e assista a quantos filmes quiser – é tão simples que desafiam todos os manuais de negócios e as complicadas teorias vigentes no capitalismo americano.
Primeiro, bate de cara com gigantes já estabelecidos e recheados de dinheiro, como a Blockbuster. Segundo, é uma empresa de tijolos, quando tudo que se vê hoje em dia é o advento dos downloads de filmes via internet. Enfim, a Nestflix nunca correu o perigo de dar certo, mas deu. E muito.
O cliente opta pelo plano de US$ 5,99 até US$ 47,99 mensais; escolhe o filme (há disponíveis 42 milhões de cópias) pelo website; e recebem via correio (em não mais de 24 horas) um envelope com o DVD, que ele devolve pelo correio mesmo (aqui eles recolhem correspondências nas casas gratuitamente) sem pagar a postagem. Quanto mais ele devolve, mais recebe filmes. Multas de atraso, desnecessário dizer, não existem. E nem existirão.
Com um alto índice de satisfação dos usuários – ganhou três prêmios nos últimos anos – o site da Nestflix despacha 1,4 milhão de DVDs todos os dias. Junto com a Ebay, é um dos maiores clientes do correio americano (e sua salvação, depois do advento do e-mail), desembolsando mais de US$ 300 milhões de selos anualmente.
Caso não existisse e os clientes tivessem que ir de carro a Blockbuster, consumiriam mais de 800 mil galões de gasolina e despejariam na atmosfera cerca de 8,8 toneladas de dióxido de carbono diariamente. É um serviço de aluguéis de filmes que se orgulha de ser amigo do Planeta Terra.
Desde 1997, quando foi criado, o site só deu prejuízo. O dinheiro só começou a sorrir para Reed Hastings em 2003, quando teve o primeiro lucro, US$ 6,5 milhões, sobre um faturamento de US$ 272 milhões. Por isso mesmo o Nestflix é considerado hoje um dos raros casos de sucesso que substituíram à bolha da internet, inspirando companhias tradicionais, com a Wal-Mart, e empresas on-line, como Amazon, Apple, Movelink, CinemaNow e outras a investirem no setor.
A Nestflix faz a festa dos investidores. Em seis anos de operações, seu faturamento cresceu de US$ 5 milhões para US$ 682 milhões (dezembro de 2005). “Experiência e escala estão resultando no aumento da retenção de clientes e em maiores margens brutas do que as apresentadas pelos competidores”, frisa seu relatório financeiro. Nesse período, saiu do zero para quase 7 milhões de assinantes. O potencial do mercado, no entanto, pode chegar a 20 milhões de assinantes nos próximos cinco ou sete anos, segundo prevê o Adams Media Research. E olhe que os clientes da Nestflix estão crescendo a uma média anual de 84%, e o faturamento 127%. Em 2006, prevê-se um lucro de mais de US$ 44 milhões. Na semana passada, como no filme A noite dos mortos-vivos, um ícone do cinema trash de terror da década de 80, a Nestflix voltou a assustar a concorrência. Hastings reuniu a imprensa em Los Gatos para anunciar que vai oferecer downloads de filmes a partir de meados deste ano. Baseado num sistema Microsoft, o cliente escolhe o título, dá um enter e tem a satisfação imediata de ver o filme que deseja.
Foi aí que nasceu a Netflix (www.netflix.com), o maior serviço de aluguel de filmes de todo o mundo, já chamada de “a Starbucks da indústria cinematográfica”, que tem 6,3 milhões de usuários, 1,7 mil funcionários, 41 centros de distribuição, 70 mil títulos, e vale hoje, segundo o site da Nasdaq, mais de US$ 1,6 bilhão. A Netflix sozinha é responsável por 12% do mercado de aluguel de DVD nos Estados Unidos, o que significa cerca de US$ 8,4 bilhões.
O problema é que a empresa, desafiando todas as previsões do mercado, se recusa a morrer. É uma espécie de fantasma que, volta e meia, aterroriza a concorrência. A idéia - pague uma mensalidade e assista a quantos filmes quiser – é tão simples que desafiam todos os manuais de negócios e as complicadas teorias vigentes no capitalismo americano.
Primeiro, bate de cara com gigantes já estabelecidos e recheados de dinheiro, como a Blockbuster. Segundo, é uma empresa de tijolos, quando tudo que se vê hoje em dia é o advento dos downloads de filmes via internet. Enfim, a Nestflix nunca correu o perigo de dar certo, mas deu. E muito.
O cliente opta pelo plano de US$ 5,99 até US$ 47,99 mensais; escolhe o filme (há disponíveis 42 milhões de cópias) pelo website; e recebem via correio (em não mais de 24 horas) um envelope com o DVD, que ele devolve pelo correio mesmo (aqui eles recolhem correspondências nas casas gratuitamente) sem pagar a postagem. Quanto mais ele devolve, mais recebe filmes. Multas de atraso, desnecessário dizer, não existem. E nem existirão.
Com um alto índice de satisfação dos usuários – ganhou três prêmios nos últimos anos – o site da Nestflix despacha 1,4 milhão de DVDs todos os dias. Junto com a Ebay, é um dos maiores clientes do correio americano (e sua salvação, depois do advento do e-mail), desembolsando mais de US$ 300 milhões de selos anualmente.
Caso não existisse e os clientes tivessem que ir de carro a Blockbuster, consumiriam mais de 800 mil galões de gasolina e despejariam na atmosfera cerca de 8,8 toneladas de dióxido de carbono diariamente. É um serviço de aluguéis de filmes que se orgulha de ser amigo do Planeta Terra.
Desde 1997, quando foi criado, o site só deu prejuízo. O dinheiro só começou a sorrir para Reed Hastings em 2003, quando teve o primeiro lucro, US$ 6,5 milhões, sobre um faturamento de US$ 272 milhões. Por isso mesmo o Nestflix é considerado hoje um dos raros casos de sucesso que substituíram à bolha da internet, inspirando companhias tradicionais, com a Wal-Mart, e empresas on-line, como Amazon, Apple, Movelink, CinemaNow e outras a investirem no setor.
A Nestflix faz a festa dos investidores. Em seis anos de operações, seu faturamento cresceu de US$ 5 milhões para US$ 682 milhões (dezembro de 2005). “Experiência e escala estão resultando no aumento da retenção de clientes e em maiores margens brutas do que as apresentadas pelos competidores”, frisa seu relatório financeiro. Nesse período, saiu do zero para quase 7 milhões de assinantes. O potencial do mercado, no entanto, pode chegar a 20 milhões de assinantes nos próximos cinco ou sete anos, segundo prevê o Adams Media Research. E olhe que os clientes da Nestflix estão crescendo a uma média anual de 84%, e o faturamento 127%. Em 2006, prevê-se um lucro de mais de US$ 44 milhões. Na semana passada, como no filme A noite dos mortos-vivos, um ícone do cinema trash de terror da década de 80, a Nestflix voltou a assustar a concorrência. Hastings reuniu a imprensa em Los Gatos para anunciar que vai oferecer downloads de filmes a partir de meados deste ano. Baseado num sistema Microsoft, o cliente escolhe o título, dá um enter e tem a satisfação imediata de ver o filme que deseja.