quarta-feira, 8 de maio de 2013

O HOMEM QUE FEZ DA FOX NEWS UMA CAMPEÃ DE AUDIÊNCIA



Por
 Pedro Augusto Leite Costa | Para o Valor, de Seattle


Ailes deu voz aos conservadores, até então órfãos de uma TV que os representasse
Quer arrancar US$ 1 bilhão de Rupert Murdoch, o magnata mundial da mídia? Fale com Roger Ailes, o homem mais poderoso dos Estados Unidos, na opinião do presidente Barack Obama. Ailes revolucionou o jornalismo americano com uma fórmula simples: dar voz aos conservadores republicanos, metade da população do país, até então órfãos de uma TV que os representasse.
Em 1996, ainda no comando do canal de finanças CNBC, Ailes foi chorar as pitangas com Murdoch. Ambos, almas gêmeas conservadoras, lamentavam a falta de uma TV que não seguisse a retórica da esquerda democrata, mas que glorificasse o patriotismo, os conservadores, a "verdadeira América" e, acima de tudo, não desse a mínima para a onda do "politicamente correto" que ocupou o país no início da década de 1990. A resposta seria a Fox News.
- Quanto isso vai me custar?, indagou Murdoch.
- De US$ 900 a US$ 1 bilhão..... e você ainda poderá perder tudo, chutou Ailes.
- Pode fazer isso?, replicou.
- Sim.
- Então vá em frente e faça, comandou Murdoch.
Hoje, a Fox News é a sede do império do magnata. Criticada por ser tudo, menos "justa e equilibrada", como diz seu slogan - a audiência da Fox é maior que todos os outros canais a cabo somados. Além da máquina de fazer dinheiro, e de ter ambiente tão hostil para a esquerda quanto Teerã é para os infiéis, o canal é o filho favorito de Ailes, que anualmente ganha US$ 21 milhões (metade em bônus por performance), e recentemente virou tema de biografia do jornalista Zev Chafets, com o título "Off Camera".
Ailes, que já foi comparado pelo concorrente Ted Turner da CNN a Joseph Goebbels, o gênio da propaganda de Adolf Hitler (no caso, Murdoch), não é chegado a jornalistas, embora seja afável no trato pessoal. É o que se chama nos EUA de "operador" político. Baixo, calvo, barriga saliente, é o instrumento dos republicanos para, segundo eles, calar os democratas e trazer de volta a América idealizada pelos "pais fundadores": governo limitado (se possível, sem poder nenhum), império da iniciativa privada, nada de almoço grátis para os pobres (senão eles acostumam), redução drástica dos impostos e todo mundo armado até os dentes, pois os inimigos da América estão na próxima esquina.
Embora homem de bastidores, é herói entre os republicanos. Recuperou Richard Nixon da derrota para John F. Kennedy em 1960 com anúncios que devastaram Michael Dukakis, seu oponente democrata em 1968. Estimulou Ronald Reagan a não dar a mínima para os detalhes e fixar-se nas grandes ideias e, por fim, também ajudou George Bush (pai) a se eleger presidente, também com propaganda devastadora. Ensina os candidatos a bater nos oponentes e, em seguida, alisar o coração da audiência falando de crianças perdidas, aborto, serviços de saúde.
Um de seus melhores conselhos foi na eleição de Reagan. Já estava com 74 anos, tinha lapsos de memória e não conhecia detalhes de muitos assuntos, especialmente os que envolvessem números. Ailes é autor da frase pronunciada por Reagan quanto debatia com Walter Mondale, o candidato democrata bem mais novo: "Não vou fazer da idade um assunto para esta campanha - não vou explorar para fins políticos a juventude e a falta de experiência do meu oponente." Todo mundo riu, inclusive Mondale. Reagan ganhou a eleição e, radicalmente, trouxe de volta a América aos trilhos republicanos.
Para manter seu público cativo, os conservadores, a direita evangélica e os chamados falcões - gente que prefere a guerra à diplomacia -, a Fox News vende o medo: dos terroristas, dos homossexuais, dos estrangeiros, das bombas atômicas (de outros países) e dos liberais. O ataque às Torres Gêmeas foi o gatilho para a Fox revelar a que veio para dominar o mercado. Radicais foram convidados a dar entrevistas, a bandeira americana permaneceu tremulando no canto direito do vídeo, e sinais de "alerta ao terror" graduados por cor foram fixados na tela 24 h por dia. A audiência chega a cerca de 125 milhões de lares americanos num país de 311 milhões de habitantes.
Acima de tudo, Ailes colocou expoentes do jornalismo reacionário no ar, como Bill O'Reilly, leão de chácara que diariamente, às 20h - o horário nobre - caça e ameaça os "inimigos da América", manda os entrevistados se calarem e quase já foi às vias de fato com dezenas. O'Reilly, assim como Ailes e a Fox News, já estão há quase duas décadas no ar e seu sucesso ainda não foi entendido pelo resto da mídia, dominada pelos liberais. Criou-se até um canal para combatê-los, a MSNBC, que tem baixa audiência e faz o mesmo papel da Fox, só do que lado contrário.
A quem o acusa de destruir o jornalismo, Ailes diz que a Fox trouxe de volta a objetividade à profissão: "Não favorecemos os conservadores", diz, "apenas não eliminamos seus pontos de vista".

"Off Camera"

De Zev Chafets. Sentinel Books, 272 págs., US$ 26,95

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Why Seattle loves Brazil?



Article written for the Rotary Club of Seattle.


Although we are more than seven thousand miles from the South American giant,  
Seattle is as present as ever in the Brazilian economy.  
Now it's time for small and medium entrepreneurs. 

* Pedro Augusto Leite Costa 

You, who lives in Washington State, might be aware of some of the Seattle businesses invested in the economy of the sixth economic power in the world. But here it is worth recalling: 
- Boeing deals with Brazil as one of its priority markets, not only for having two large customers, TAM and GOL, but also because the Brazilian government urgently needs to renew its Air Force. Recently, the company has established a research center in the yard of Embraer, the Brazilian Boeing. 
- Amazon is already present in Brazil with its web-services, but is now increasing its business in the country with the retail division and Kindle. After all, the company name was fished from the world's largest river by volume of water, which by the way is bordered by the world's largest rainforest, the lungs of the planet. 
- Starbucks started in 2007 in Brazil, the largest coffee producer in the world, with only 30 stores. Doing very well, especially in Rio and São PauloStarbucks  fell in love with Brazilians. The same store in Seattle is reproduced exactly in Brazilian cities, but with the addition of Pao de Quejo, the famous cheese bread is a hit there. 
Livemocha, the largest social network of language teaching in the world, has had tremendous success in Brazil, which has more than four million of the 14 million users. Recently, the operation was sold in Brazil to the group Education in April, the country's largest publishing house, for a few million dollars. Rosetta Stone has now just bought Livemocha in order  to invest tremendously in Brazil. 
F5, InrixBigFish and hundreds of other companies based in Seattle are also part of this gold rush to Brazil. Seattle, which until recently only paid attention to China and other Asian countries, now loves Brazil. 
And vice versa. More than Miami or New York where much of the 1.2 million Brazilians living in the United States are centralized, Seattle is a favorite destination for Brazilians in the United States. There is a natural enchantment with the sea, the mountains and, I dare to say, the rain that falls here and in Brazil. 
Brazil has finally arrived onto the world stage, and this fact brings a lot of opportunities for Washingtonians, especially in the areas of airspace, biotechnology and Internet related businesses. Furthermore, to celebrate our culture and what a recent CNN's pool announced as Brazilians being " the most friendly and nicest people on earth", the Seattle Art Museum is planning a huge exhibition of Brazilian Modern Art, spanning from the sixties till the present. 
On the economical side, Brazil's main indicators demonstrate that the country is riding out of the present financial crisis much faster than many of the developed countries. Last year, after decades dogged by its boom-and-bust economy, it got to the top of the league table when Moody’s upgraded it to investment grade status.  
Figures released recently show Brazil´s economy is growing fast, annually. We now have a "middle class" market of 140 million people, avid to buy products and services, especially from the USA, our favorite country in the World.  
Brazilians are the third largest spender in the United States, notably in Florida real estate. They are spending US$ 5.918,00 per capita every visit they make to the U.S., an increment of 250% since 2003, following only behind the British and the Japanese.  
In the business sector, Brazilians own companies such as Anheuser-Busch, Burger King, Swift and several steel mills in this country. Embraer (our Boeing) is the third largest aircraft manufacturer in the world and there have been in talks over Boeing working together.  
In the past years, Brazil has discovered the largest oil deposits in the country's history and the World’s most promising fields since the discoveries made in Kazakhstan, in 2000.  
It expects to go from production of between 2 and 2.4 million barrels of petroleum daily to 5.7 million in 2020. The discoveries in the pre-salt layer, first announced in late 2007, could eventually lead to a nearly to a six-fold increase in Brazil’s current proven reserves of 14 billion barrels and transform the leading Mercosul (Common Market of the South) member in a major oil exporter. Brazil is also one of the leading nations when it comes to clean fuel. About a third of the fuel Brazilians use in their vehicles is ethanol, known as 'alcohol.' That compares with three percent in the United States.  
All gasoline sold in Brazil contains at least 26% ethanol and motorists driving flexible-fuel cars have the option of filling up with pure ethanol. To add to that, the country has a flourishing industry of biodiesel made of native grasses. 
With nearly 200 million inhabitants, Brazil today is the fifth most populous country. It has been among the World's leading recipients of foreign direct investment (FDI) in recent years. The total stock of foreign direct investment in Brazil more than tripled in the five years through the end of 2010 to $660.5 billion. The figure is equal to 30.8% of gross domestic product. A study by the United Nations Conference on Trade and Development shows that Brazil is among the five top destinations for FDI besides China, India, the U.S. and Russia. One of the main achievements of Brazil in the last few years was to have brought more than 40 million of the poor into the consumer market. The country still has a long way to go to socially change one of the most unequal societies in the world. On the other hand, with more than 100 million voters, Brazil is a vigorous and vibrant democracy, which differs from its BRIC partners – Russia, India and China –, making its international economic ascension more relevant.   
But the numbers of its economy don´t excite Brazilians as much as the fact that, in the next year, the country will be hosting two of the major international sports events. When Fifa´s executive committee announced that Brazil would host the world Cup in 2014, there was a frisson in the country.  
The last time Brazil hosted the tournament was in 1950, when it lost the final match to Uruguay, in the Maracanã, in Rio. Thus, Brazilians thought it was time to host it again. What they weren´t expecting was that they would get the 2016 Olympics as well.  
*Honorary Consul of Brazil in Seattle