A demissão de Thomas Mapother IV, mais conhecido como Tom Cruise, um ator bonitinho mas ordinário (como diria o insubstituível Nelson Rodriges) que rendeu mais de US$ 3 bilhões à Paramount desde 1992 é prova de que misturar religião e negócios dá confusão – e muitas vezes prejuízo.
Uma ajuda divina é sempre bem-vinda na hora de fechar um contrato, escolher um parceiro certo, voltar a ter lucro ou, como acreditam alguns, espantar o mau olhado.
A religião torna-se um dínamo dos negócios quando você é evangélico, mórmon, judeu ou pertence a cultos que, inteligentemente, funcionam também como irmandades de auto-ajuda empresarial, referendando serviços ou produtos entre irmãos e irmãs.
Mas no caso do controverso Tom Cruise, 44 anos, é diferente. Sua fé cega na tal da Igreja da Cientologia o fez brigar em público com Matt Lauer, o Renato Machado das manhãs da rede NBC (“psicoterapia”, disse Cruise, “é negócio do diabo”) ou com a ainda estonteante Brokie Shields, que teve depressão pós parto (“depressão na existe”), iniciando uma guerra de palavras entre celebridades que foi parar na capa do The New York Times.
Não deu outra. Calcula-se que seu comportamento esquisito (chegou a pular como macaco no sofá da apresentador Ophra Witney , a Hebe Camargo daqui, gritando que estava apaixonado pela que seria quarta mulher, Katie Holmes) deu um prejuízo de US$ 100 a US$ 150 milhões a Sumner Redstone, o lendário (83 anos) chefão da Paramount, um dos maiores – e o mais antigo – estúdios de cinema do mundo.
Para quem, como Redstone, está acostumado a faturar cerca de meio bilhão de dólares por cada Missão Impossível, o comportamento de Cruise está realmente impossível. Está se tornando inconveniente.
A “máquina Cruise” de fazer dinheiro (na história do cinema não existe ator que mais trouxe ou traz gente ao cinema) recebe cerca de 20% da venda dos ingressos e de DVDs – o que para Hollywood incomoda mais ainda, pois está totalmente fora dos padrões, digamos, hollywoodianos.
Esta máquina, segundo quem acompanha o caso de perto, não deve ser utilizada para arrebanhar ovelhas perdidas, infiéis de outras religiões ou, simplesmente, descarregar preceitos religiosos em milhões (no caso de Cruise, bilhões) de fãs.
Tem gente, por exemplo - aliás, a maioria - , que não pertence à Igreja da Cientologia, religião criada pelo autor de mais de 5 mil livros de ficção científica L. Ron Hubbard. Acha-a, simplesmente, ridícula.
Religião é negócio de foro íntimo. É uma conversa particular com Deus, como diria Gilberto Gil. É tema a ser evitado em reuniões (principalmente de negócios), em conversas com motoristas de táxi ou até em discursos de candidados à presidência.
Na escala global, não pode servir para dizimar infiéis, como o radical islamismo de Bin Laden, ou proibir as mulheres de abortarem ou não, de estancar as pesquisas com célula tronco ou negar a pílula do dia seguinte sem receita médica, como reza o evangélico George Bush.
Enfim, como dizem os críticos de Bush, não se pode confundir o Estado com a religião, preceitos próprios com verdades imutáveis, o Deus de cada um com os Deuses dos outros.
Os pais fundadores, como é chamado o grupo de ilustres que escreveu a Constituição Americana, deixaram claro na Primeira Emenda (que muita gente pensa que só se refere à liberdade de expressão) a clara separação em Estado e a Igreja.
Querendo evitar tudo que sofreram durante a brutal colocanização inglesa, imaginaram uma pátria em que todas as religões teriam lugar, seriam respeitadas e viveriam em harmonia. Sabiam que, em nome de Deus, e mesmo a contragosto, os homens (e mulheres) fazem, infelizmente, muito mais o mal do que o bem.
Das 27 guerras em andamento em todo o mundo atualmente, por exemplo, 90% têm fundo religioso – embora, como se sabe, todas as guerras são batalhas entre interesses econômicos.
Tom Cruise deveria guardar sua batalha espiritual para si mesmo. Caso contrário, Deus vai atrapalhar ainda mais seus negócios. Ganhar dinheiro – para si ou para as milhares de pessoas que dependem dele – vai se tornar cada vez mais uma missão impossível.
Uma ajuda divina é sempre bem-vinda na hora de fechar um contrato, escolher um parceiro certo, voltar a ter lucro ou, como acreditam alguns, espantar o mau olhado.
A religião torna-se um dínamo dos negócios quando você é evangélico, mórmon, judeu ou pertence a cultos que, inteligentemente, funcionam também como irmandades de auto-ajuda empresarial, referendando serviços ou produtos entre irmãos e irmãs.
Mas no caso do controverso Tom Cruise, 44 anos, é diferente. Sua fé cega na tal da Igreja da Cientologia o fez brigar em público com Matt Lauer, o Renato Machado das manhãs da rede NBC (“psicoterapia”, disse Cruise, “é negócio do diabo”) ou com a ainda estonteante Brokie Shields, que teve depressão pós parto (“depressão na existe”), iniciando uma guerra de palavras entre celebridades que foi parar na capa do The New York Times.
Não deu outra. Calcula-se que seu comportamento esquisito (chegou a pular como macaco no sofá da apresentador Ophra Witney , a Hebe Camargo daqui, gritando que estava apaixonado pela que seria quarta mulher, Katie Holmes) deu um prejuízo de US$ 100 a US$ 150 milhões a Sumner Redstone, o lendário (83 anos) chefão da Paramount, um dos maiores – e o mais antigo – estúdios de cinema do mundo.
Para quem, como Redstone, está acostumado a faturar cerca de meio bilhão de dólares por cada Missão Impossível, o comportamento de Cruise está realmente impossível. Está se tornando inconveniente.
A “máquina Cruise” de fazer dinheiro (na história do cinema não existe ator que mais trouxe ou traz gente ao cinema) recebe cerca de 20% da venda dos ingressos e de DVDs – o que para Hollywood incomoda mais ainda, pois está totalmente fora dos padrões, digamos, hollywoodianos.
Esta máquina, segundo quem acompanha o caso de perto, não deve ser utilizada para arrebanhar ovelhas perdidas, infiéis de outras religiões ou, simplesmente, descarregar preceitos religiosos em milhões (no caso de Cruise, bilhões) de fãs.
Tem gente, por exemplo - aliás, a maioria - , que não pertence à Igreja da Cientologia, religião criada pelo autor de mais de 5 mil livros de ficção científica L. Ron Hubbard. Acha-a, simplesmente, ridícula.
Religião é negócio de foro íntimo. É uma conversa particular com Deus, como diria Gilberto Gil. É tema a ser evitado em reuniões (principalmente de negócios), em conversas com motoristas de táxi ou até em discursos de candidados à presidência.
Na escala global, não pode servir para dizimar infiéis, como o radical islamismo de Bin Laden, ou proibir as mulheres de abortarem ou não, de estancar as pesquisas com célula tronco ou negar a pílula do dia seguinte sem receita médica, como reza o evangélico George Bush.
Enfim, como dizem os críticos de Bush, não se pode confundir o Estado com a religião, preceitos próprios com verdades imutáveis, o Deus de cada um com os Deuses dos outros.
Os pais fundadores, como é chamado o grupo de ilustres que escreveu a Constituição Americana, deixaram claro na Primeira Emenda (que muita gente pensa que só se refere à liberdade de expressão) a clara separação em Estado e a Igreja.
Querendo evitar tudo que sofreram durante a brutal colocanização inglesa, imaginaram uma pátria em que todas as religões teriam lugar, seriam respeitadas e viveriam em harmonia. Sabiam que, em nome de Deus, e mesmo a contragosto, os homens (e mulheres) fazem, infelizmente, muito mais o mal do que o bem.
Das 27 guerras em andamento em todo o mundo atualmente, por exemplo, 90% têm fundo religioso – embora, como se sabe, todas as guerras são batalhas entre interesses econômicos.
Tom Cruise deveria guardar sua batalha espiritual para si mesmo. Caso contrário, Deus vai atrapalhar ainda mais seus negócios. Ganhar dinheiro – para si ou para as milhares de pessoas que dependem dele – vai se tornar cada vez mais uma missão impossível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário