Na onda de matança serial dos intermediários, sejam eles corretores, varejistas, publicitários (e até nós, jornalistas), internet e seus 1,1 bilhão de usuários preparam-se agora para atacar o sistema bancário, começando pelos Estados Unidos.
Como se sabe, banco é um negócio simples, inventado no século 18 a.C. na antiga Babilônia, para unir quem empresta dinheiro e quem quer dinheiro, pagando-se por isto uns tostões a mais a título de juros. O sistema foi aprimorado, milênios depois, pelos brasileiros, que inventaram os juros compostos, ou juro sobre juro, capazes, realmente, de levar para o espaço qualquer conta do cheque especial.
Vejam o exemplo do www.prosper.com, um site norte-americano que, ao invés de namorados, tribos ou torcidas, une aplicadores e tomadores, como nos tempos babilônicos. A exemplo do www.zopa.com (este de origem britânica), o Prosper faz sucesso pela simplicidade: exige apenas a carteira de motorista, o número de seu seguro social e o endereço residencial para que você empreste ou tome emprestado.
Os juros são exorbitantes para os países civilizados (em média 7% ao ano – isto mesmo, ao ano), mas na selvageria monetária brasileira soam como aqueles empréstimos de pai para filho.
Os banqueiros já estão de cabelo em pé com estes sites, já que eles revolucionam um antigo (e ultrapassado) modelo de negócio que, só nos Estados Unidos, movimenta mais de US$ 60,5 trilhões em ativos, financiando principalmente a gastança dos governadores – sejam eles republicanos ou democratas. Bem parecido com o Brasil.
Quando falam sobre estes sites, banqueiros e bancários soltam impropérios sobre (1) a falta de segurança nas transações, (2) risco de crédito nas operações e (3) “nada melhor do que o olho-no-olho na hora de emprestar dinheiro”. Mas como quem xinga ou grita na verdade está com medo, deduz-se que estes sites tendem não a dominar, mas incomodar muito este sistema. E em curtíssimo prazo.
O pulo do gato está naquilo que os banqueiros acham que são melhores que o restante da humanidade: a arte de concessão de crédito. Tanto a Prosper quanto o Zopa baseiam-se no fantástico Grameen, o banco dos pobres inventado pelo bangladeshiano Muhammad Yunus em1972 em sua terra natal (depois de formar-se nos Estados Unidos).
O Grameen só empresta pequenas quantias para mulheres, e principalmente mulheres em associações ou grupos. Por que? Porque mulher não gasta dinheiro no boteco na volta de casa e, unidas, cobram (ou ajudam) umas às outras o pagamento destes empréstimos. Os sites também partem do mesmo princípio, só que homem lá também tem vez.
Em poucos minutos, você consegue até US$ 5 mil, desde que preencha os requisitos básicos. Um deles é ter um bom nível de crédito, o chamado credit score, um índice que, aqui, separa os norte-americanos entre bons e maus pagadores. Pode tornar sua vida um céu ou um inferno em plena Terra.
O outro – e talvez o mais importante de tudo – é que você tem de inventar um grupo, uma banda, uma associação, uma trupe para obter o rico dinheirinho, e ainda se responsabilizar pelo pagamento. Aproveita-se, aí, do chamado “fator vergonha”. Se um brother (ou na maioria das vezes, uma sister) não paga a conta, fica malvisto na parada.
Enfim, estamos falando de um mundo novo, sem gerentes, agências suntuosas, taxas bancárias, estouros do cheque especial e toda esta relação (muitas vezes conflituosa) que temos com o dinheiro ou com quem o guarda ou empresta – os bancos.
Durante milênios, eles fizeram um papel fundamental para a sociedade, especialmente quando eram apenas indutores do desenvolvimento financiando os empreendedores, este sim o coração e a alma do capitalismo.
Hoje, porém, informação virou commodity. Qualquer pessoa pode fazer um raio-X econômico, financeiro e moral no próximo (vejam o site privateye.com) antes mesmo que qualquer departamento de crédito o faça. Pode saber se a pessoa (ou empresa) paga suas contas em dia, tem passado na polícia ou na Justiça, se tem currículo vitae ou folha corrida.
Ou seja, se é um bom cliente. Simples, não é?
Como se sabe, banco é um negócio simples, inventado no século 18 a.C. na antiga Babilônia, para unir quem empresta dinheiro e quem quer dinheiro, pagando-se por isto uns tostões a mais a título de juros. O sistema foi aprimorado, milênios depois, pelos brasileiros, que inventaram os juros compostos, ou juro sobre juro, capazes, realmente, de levar para o espaço qualquer conta do cheque especial.
Vejam o exemplo do www.prosper.com, um site norte-americano que, ao invés de namorados, tribos ou torcidas, une aplicadores e tomadores, como nos tempos babilônicos. A exemplo do www.zopa.com (este de origem britânica), o Prosper faz sucesso pela simplicidade: exige apenas a carteira de motorista, o número de seu seguro social e o endereço residencial para que você empreste ou tome emprestado.
Os juros são exorbitantes para os países civilizados (em média 7% ao ano – isto mesmo, ao ano), mas na selvageria monetária brasileira soam como aqueles empréstimos de pai para filho.
Os banqueiros já estão de cabelo em pé com estes sites, já que eles revolucionam um antigo (e ultrapassado) modelo de negócio que, só nos Estados Unidos, movimenta mais de US$ 60,5 trilhões em ativos, financiando principalmente a gastança dos governadores – sejam eles republicanos ou democratas. Bem parecido com o Brasil.
Quando falam sobre estes sites, banqueiros e bancários soltam impropérios sobre (1) a falta de segurança nas transações, (2) risco de crédito nas operações e (3) “nada melhor do que o olho-no-olho na hora de emprestar dinheiro”. Mas como quem xinga ou grita na verdade está com medo, deduz-se que estes sites tendem não a dominar, mas incomodar muito este sistema. E em curtíssimo prazo.
O pulo do gato está naquilo que os banqueiros acham que são melhores que o restante da humanidade: a arte de concessão de crédito. Tanto a Prosper quanto o Zopa baseiam-se no fantástico Grameen, o banco dos pobres inventado pelo bangladeshiano Muhammad Yunus em1972 em sua terra natal (depois de formar-se nos Estados Unidos).
O Grameen só empresta pequenas quantias para mulheres, e principalmente mulheres em associações ou grupos. Por que? Porque mulher não gasta dinheiro no boteco na volta de casa e, unidas, cobram (ou ajudam) umas às outras o pagamento destes empréstimos. Os sites também partem do mesmo princípio, só que homem lá também tem vez.
Em poucos minutos, você consegue até US$ 5 mil, desde que preencha os requisitos básicos. Um deles é ter um bom nível de crédito, o chamado credit score, um índice que, aqui, separa os norte-americanos entre bons e maus pagadores. Pode tornar sua vida um céu ou um inferno em plena Terra.
O outro – e talvez o mais importante de tudo – é que você tem de inventar um grupo, uma banda, uma associação, uma trupe para obter o rico dinheirinho, e ainda se responsabilizar pelo pagamento. Aproveita-se, aí, do chamado “fator vergonha”. Se um brother (ou na maioria das vezes, uma sister) não paga a conta, fica malvisto na parada.
Enfim, estamos falando de um mundo novo, sem gerentes, agências suntuosas, taxas bancárias, estouros do cheque especial e toda esta relação (muitas vezes conflituosa) que temos com o dinheiro ou com quem o guarda ou empresta – os bancos.
Durante milênios, eles fizeram um papel fundamental para a sociedade, especialmente quando eram apenas indutores do desenvolvimento financiando os empreendedores, este sim o coração e a alma do capitalismo.
Hoje, porém, informação virou commodity. Qualquer pessoa pode fazer um raio-X econômico, financeiro e moral no próximo (vejam o site privateye.com) antes mesmo que qualquer departamento de crédito o faça. Pode saber se a pessoa (ou empresa) paga suas contas em dia, tem passado na polícia ou na Justiça, se tem currículo vitae ou folha corrida.
Ou seja, se é um bom cliente. Simples, não é?
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