A história do Citigroup, um conglomerado financeiro nascido em 1812 em Nova York, é uma sucessão de escândalos de tráfico de influência e brigas de diretores, mas nada calou mais fundo entre os acionistas do que o prejuízo de US$ 11 bilhões no terceiro quadrimestre deste ano, resultado não só da crise das hipotecas nos Estados Unidos, mas também da pura – e grandiosa – incompetência da sua direção.
O grupo, uma espécie de quartel general do capitalismo, é a maior empresa em ativos do mundo (quase US$ 2 trilhões), ostentando em seu currículo a popularização dos caixas eletrônicos e a introdução do conceito full service financeiro. Agora vem se juntar ao clube dos sem-lucro de Wall Street: Bear Stearns (prejuízo de US$ 450 milhões), Morgan Stanley (US$ 3,7 bilhões) e Merrill Lynch (US$ 7,9 bilhões).
Desconta-se que o Citi é uma colcha de retalhos resultante de aquisições desde a sua criação. O que, por si só, representa um transatlântico ingovernável. Mas o que estava fazendo o CEO Charles Prince quando a crise das hipotecas pegou fogo em 2006 e foi derreter-se no verão norte-americano em meados deste ano? O homem ganhava quase US$ 30 milhões, opções de ações, prêmios semestrais, gratificações, clube de golfe, cartão de crédito, jatinhos e o beija-mão de toda a comunidade empresarial... e mesmo assim não fez nada?
Diz-se que os problemas encontrados nas grandes empresas são os mesmos que você enfrenta aí no dia a dia da sua firma. A diferença são os números. E foram justamente os números que derrubaram o Citigroup, em fórmulas do que eles chamam de colaterização de débitos hipotecários, uma coisa tão difícil de entender que, como diz o ditado, dá para desconfiar. Na hora do “vamos ver”, as explicações foram mais complicadas ainda. Enquanto todo mundo estava ganhando dinheiro tudo bem, mas agora que a ficha caiu, só Prince foi mandado para a casa.
Desde que ele foi defenestrado do cargo, o conselho de diretores está, agora, à procura de um comandante. Paga-se bem, mas o problema é que o cargo é uma cadeira quente: o novo CEO terá de manejar um barco de 332 mil funcionários e 200 milhões de contas correntes em cerca de 100 países. Cada canetada sua pode balançar os Estados Unidos, a começar pela Bolsa de Nova York, cujo índice Dow Jones o Citi compõe e influencia.
Na última semana, um atento analista recomendou vender as ações do Citi, já que a exposição do conglomerado aos mercados de crédito continua sendo preocupante, especialmente para o seu maior acionista individual, o príncipe Al-Walid Saud, o 13º homem mais rico do mundo e proprietário de 10 bilhões em ações, ou 4% do total.
A crise é de liderança, concluiu o The Wall Street Journal esta semana. Por isto o conselho de diretores está se reunindo para avaliar os sucessores de Prince, “que agora deve ser um rei”, brinca o jornal. O conselho conta com nomes influentes, como Richard Parsons, CEO da Time Warner, Franklin Thomas, ex-Ford Foundation, o ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton, Robert Rubin, que foi nomeado chairman depois que Prince foi convidado a se retirar, e o brasileiro Alain Belda, da Alcoa.
O grupo, uma espécie de quartel general do capitalismo, é a maior empresa em ativos do mundo (quase US$ 2 trilhões), ostentando em seu currículo a popularização dos caixas eletrônicos e a introdução do conceito full service financeiro. Agora vem se juntar ao clube dos sem-lucro de Wall Street: Bear Stearns (prejuízo de US$ 450 milhões), Morgan Stanley (US$ 3,7 bilhões) e Merrill Lynch (US$ 7,9 bilhões).
Desconta-se que o Citi é uma colcha de retalhos resultante de aquisições desde a sua criação. O que, por si só, representa um transatlântico ingovernável. Mas o que estava fazendo o CEO Charles Prince quando a crise das hipotecas pegou fogo em 2006 e foi derreter-se no verão norte-americano em meados deste ano? O homem ganhava quase US$ 30 milhões, opções de ações, prêmios semestrais, gratificações, clube de golfe, cartão de crédito, jatinhos e o beija-mão de toda a comunidade empresarial... e mesmo assim não fez nada?
Diz-se que os problemas encontrados nas grandes empresas são os mesmos que você enfrenta aí no dia a dia da sua firma. A diferença são os números. E foram justamente os números que derrubaram o Citigroup, em fórmulas do que eles chamam de colaterização de débitos hipotecários, uma coisa tão difícil de entender que, como diz o ditado, dá para desconfiar. Na hora do “vamos ver”, as explicações foram mais complicadas ainda. Enquanto todo mundo estava ganhando dinheiro tudo bem, mas agora que a ficha caiu, só Prince foi mandado para a casa.
Desde que ele foi defenestrado do cargo, o conselho de diretores está, agora, à procura de um comandante. Paga-se bem, mas o problema é que o cargo é uma cadeira quente: o novo CEO terá de manejar um barco de 332 mil funcionários e 200 milhões de contas correntes em cerca de 100 países. Cada canetada sua pode balançar os Estados Unidos, a começar pela Bolsa de Nova York, cujo índice Dow Jones o Citi compõe e influencia.
Na última semana, um atento analista recomendou vender as ações do Citi, já que a exposição do conglomerado aos mercados de crédito continua sendo preocupante, especialmente para o seu maior acionista individual, o príncipe Al-Walid Saud, o 13º homem mais rico do mundo e proprietário de 10 bilhões em ações, ou 4% do total.
A crise é de liderança, concluiu o The Wall Street Journal esta semana. Por isto o conselho de diretores está se reunindo para avaliar os sucessores de Prince, “que agora deve ser um rei”, brinca o jornal. O conselho conta com nomes influentes, como Richard Parsons, CEO da Time Warner, Franklin Thomas, ex-Ford Foundation, o ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton, Robert Rubin, que foi nomeado chairman depois que Prince foi convidado a se retirar, e o brasileiro Alain Belda, da Alcoa.
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