Os Estados Unidos assistiram na semana passada à genialidade de Garry Kasparov, 44 anos, o maior enxadrista de todos os tempos, o russo-armênio-judeu nascido no Azerbaijão que derrotou com mão de ferro seus adversários e que agora encabeça a oposição ao presidente Vladimir Putin para a eleição de 2008.
Kasparov, que chegou a vencer por duas vezes o Deep Blue, o computador da IBM construído para derrotá-lo, encantou a platéia americana em programas de TV como o 60 Minutes (CBS), Bill Maher (HBO) e Stephen Colbert (Comedy Central) com sua inteligência, perspicácia e inglês shakespeariano. Saiu aplaudido em todas as ocasiões. Pena que o eleitorado esteja a mais de 7 mil quilômetros de distância e não entenda inglês.
Até Kasparov aparecer nos Estados Unidos a pretexto de lançar seu 22º livro, Como a vida imita o xadrez, acreditava-se que os gênios do jogo inventando pelos persas no século 12 fossem geniais apenas para jogar xadrez. Mas ele, que lidera a coalizão "A Outra Rússia", onde coabitam diversas correntes políticas, inclusive a extrema direta, está mostrando o contrário. Sobressai-se com respostas que deixam os jornalistas desarmados. Exemplo:
- Como o senhor quer ganhar a eleição contra um presidente (Vladimir Putin) que tem 80% da preferência da opinião pública? - indagou Maher.
- Se George Bush controlasse a imprensa e os institutos de pesquisa ele teria um índice de aprovação de 90% - respondeu o enxadrista.
Kasparov foi preso, multado e investigado pela polícia russa. Milionário e famoso - é um herói nacional - anda com guarda-costas, varia seus trajetos diariamente e manda a família com freqüência ao exterior. Sua luta é para trazer de volta a democracia à Rússia, que desde o advento de Putin, há sete anos, "estabeleceu censura à imprensa, cancelou eleições, entregou as empresas e recursos naturais aos seus aliados e parece não ter muita vontade de entregar o cargo", diz.
- É uma ameaça não só ao futuro do meu país, como à estabilidade de todo o mundo - completa.
Kasparov reconhece que está diante da maior jogada da sua vida. Pelo menos três opositores de Putin já se deram mal. A repórter investigativa Anna Politkovskaya foi morta em seu prédio, em Moscou. O ex-agente da KGB Alexander Litvinenko foi envenenado em Londres com polônio. E Mikhail Khodorkovsky, um dos bilionários russos depois do fim da União Soviética, está preso na Sibéria. Não há evidência de que Putin esteja por trás destes atos, mas há consenso de que coisas ruins acontecem a pessoas que desafiam sua autoridade. Kasparov sabe que poderá figurar nesta lista:
- Faço uma política de redução de riscos, embora ninguém esteja seguro na Rússia de Putin - afirma.
Vladimir Posner, apresentador de um programa de entrevistas, diz que Kasparov é um brilhante jogador de xadrez, mas hoje, em termos políticos, uma figura decorativa.
- Ele não seria eleito nem para ser o dono da carrocinha de cachorros da cidade - brinca.
Para Vyacheslav Nikonov, assessor do Kremlin, Kasparov representa "apenas 3% ou 4% do eleitorado liberal que não está satisfeito com Putin".
- Nas pesquisas de opinião, você não vê a democracia entre os 30 principais itens que preocupam os russos. À frente, queremos empregos, o fim da corrupção, do crime e a volta da assistência governamental - sustenta o especialista.
É o que Putin está fazendo.
Kasparov, que chegou a vencer por duas vezes o Deep Blue, o computador da IBM construído para derrotá-lo, encantou a platéia americana em programas de TV como o 60 Minutes (CBS), Bill Maher (HBO) e Stephen Colbert (Comedy Central) com sua inteligência, perspicácia e inglês shakespeariano. Saiu aplaudido em todas as ocasiões. Pena que o eleitorado esteja a mais de 7 mil quilômetros de distância e não entenda inglês.
Até Kasparov aparecer nos Estados Unidos a pretexto de lançar seu 22º livro, Como a vida imita o xadrez, acreditava-se que os gênios do jogo inventando pelos persas no século 12 fossem geniais apenas para jogar xadrez. Mas ele, que lidera a coalizão "A Outra Rússia", onde coabitam diversas correntes políticas, inclusive a extrema direta, está mostrando o contrário. Sobressai-se com respostas que deixam os jornalistas desarmados. Exemplo:
- Como o senhor quer ganhar a eleição contra um presidente (Vladimir Putin) que tem 80% da preferência da opinião pública? - indagou Maher.
- Se George Bush controlasse a imprensa e os institutos de pesquisa ele teria um índice de aprovação de 90% - respondeu o enxadrista.
Kasparov foi preso, multado e investigado pela polícia russa. Milionário e famoso - é um herói nacional - anda com guarda-costas, varia seus trajetos diariamente e manda a família com freqüência ao exterior. Sua luta é para trazer de volta a democracia à Rússia, que desde o advento de Putin, há sete anos, "estabeleceu censura à imprensa, cancelou eleições, entregou as empresas e recursos naturais aos seus aliados e parece não ter muita vontade de entregar o cargo", diz.
- É uma ameaça não só ao futuro do meu país, como à estabilidade de todo o mundo - completa.
Kasparov reconhece que está diante da maior jogada da sua vida. Pelo menos três opositores de Putin já se deram mal. A repórter investigativa Anna Politkovskaya foi morta em seu prédio, em Moscou. O ex-agente da KGB Alexander Litvinenko foi envenenado em Londres com polônio. E Mikhail Khodorkovsky, um dos bilionários russos depois do fim da União Soviética, está preso na Sibéria. Não há evidência de que Putin esteja por trás destes atos, mas há consenso de que coisas ruins acontecem a pessoas que desafiam sua autoridade. Kasparov sabe que poderá figurar nesta lista:
- Faço uma política de redução de riscos, embora ninguém esteja seguro na Rússia de Putin - afirma.
Vladimir Posner, apresentador de um programa de entrevistas, diz que Kasparov é um brilhante jogador de xadrez, mas hoje, em termos políticos, uma figura decorativa.
- Ele não seria eleito nem para ser o dono da carrocinha de cachorros da cidade - brinca.
Para Vyacheslav Nikonov, assessor do Kremlin, Kasparov representa "apenas 3% ou 4% do eleitorado liberal que não está satisfeito com Putin".
- Nas pesquisas de opinião, você não vê a democracia entre os 30 principais itens que preocupam os russos. À frente, queremos empregos, o fim da corrupção, do crime e a volta da assistência governamental - sustenta o especialista.
É o que Putin está fazendo.
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