Amanhã, quando forem abertas as urnas das eleições primárias da Flórida - um estado que até hoje está com a barra suja por ter dado a vitória a George W. Bush há sete anos - o ex-prefeito de Nova York Rudolph William Louis "Rudy" Giuliani estará com o coração na mão.
O ex-manda-chuva da maior cidade americana, que montou a estratégia para tornar-se o candidato republicano em 2008 em cima das cinzas do ataque terrorista de 11 de setembro, jogou boa parte do dinheiro de campanha, em torno de 47 milhões de dólares, no estado favorito dos brasileiros, onde floresce Miami, a capital da América Latina.
Por que Giuliani, um ex-promotor público sobrevivente a um câncer de próstata e especializado em prender mafiosos na fria Nova York, deixou de investir em Iowa, New Hampshire ou na Carolina do Sul para ganhar os votos republicanos num estado tropical, sulista e cheio de imigrantes ilegais?
Por uma simples razão: a Flórida é onde boa parte dos endinheirados nova-iorquinos vai se aposentar. Aos 64 anos, e sempre martelando a necessidade de ter um líder experiente para enfrentar crises, o que soa como mel no mamão para os idosos, Giuliani acredita que irá fazer sucesso lá.
Ledo engano. As últimas pesquisas lhe dão um humilde terceiro lugar nas preferências dos republicanos na Flórida, atrás de John Mccain, o senador por Arizona torturado durante cinco anos no Vietnã, e Mitt Romney, o empresário mórmon que salvou as Olimpíadas de Salt Lake City do fracasso e tem 250 milhões de dólares no bolso.
Saltar algumas primárias é uma prática comum entre os candidatos presidenciais norte-americanos, mas Giuliani comete três erros que, provavelmente, e se nenhum fato novo acontecer (e como acontece...) vão enterrá-lo politicamente.
Tirar proveito da desgraça. Giuliani tornou-se o homem do ano de 2001 depois que, no apagar das luzes como prefeito de Nova York, liderou o atendimento de milhares de vítimas do ataque terrorista às Torres Gêmeas. Mas agora, depois de quase sete anos do ocorrido, o que muitos norte-americanos querem é esquecer as imagens mais tristes que o país registrou em dois séculos de existência. Ficar lembrando os aviões espatifando-se nos arranha céus não é muito atrativo para o eleitorado.
Nova York, afinal, não é os Estados Unidos. A cidade de 19 milhões de habitantes, considerada a capital do mundo, não reflete nem de longe a realidade norte-americana. É como tomar o pulso do eleitorado brasileiro pelos cariocas. Tabus como homossexualidade, divórcio, aborto e drogas são vistos como uma certa complacência pelos nova-iorquinos. Basta dar uma volta em Times Square.
Republicanos são conservadores. Não adianta Giuliani ser republicano de carteirinha quando casou três vezes, foi morar com um casal gay quando se divorciou a última vez e é tão liberal em relação ao aborto como uma feminista democrata. A onda conservadora nos Estados Unidos, agora que o país está se derretendo economicamente, continua firme e forte.
Como se não bastasse, ainda existe um fantasma que povoa os sonhos de Giuliani. Vira e mexe, seu sucessor como prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, é citado para concorrer à presidência dos Estados Unidos como candidato independente. A política, seja em qualquer lugar, é uma atividade traiçoeira, mas está sendo impiedosa com Rudy.
O ex-manda-chuva da maior cidade americana, que montou a estratégia para tornar-se o candidato republicano em 2008 em cima das cinzas do ataque terrorista de 11 de setembro, jogou boa parte do dinheiro de campanha, em torno de 47 milhões de dólares, no estado favorito dos brasileiros, onde floresce Miami, a capital da América Latina.
Por que Giuliani, um ex-promotor público sobrevivente a um câncer de próstata e especializado em prender mafiosos na fria Nova York, deixou de investir em Iowa, New Hampshire ou na Carolina do Sul para ganhar os votos republicanos num estado tropical, sulista e cheio de imigrantes ilegais?
Por uma simples razão: a Flórida é onde boa parte dos endinheirados nova-iorquinos vai se aposentar. Aos 64 anos, e sempre martelando a necessidade de ter um líder experiente para enfrentar crises, o que soa como mel no mamão para os idosos, Giuliani acredita que irá fazer sucesso lá.
Ledo engano. As últimas pesquisas lhe dão um humilde terceiro lugar nas preferências dos republicanos na Flórida, atrás de John Mccain, o senador por Arizona torturado durante cinco anos no Vietnã, e Mitt Romney, o empresário mórmon que salvou as Olimpíadas de Salt Lake City do fracasso e tem 250 milhões de dólares no bolso.
Saltar algumas primárias é uma prática comum entre os candidatos presidenciais norte-americanos, mas Giuliani comete três erros que, provavelmente, e se nenhum fato novo acontecer (e como acontece...) vão enterrá-lo politicamente.
Tirar proveito da desgraça. Giuliani tornou-se o homem do ano de 2001 depois que, no apagar das luzes como prefeito de Nova York, liderou o atendimento de milhares de vítimas do ataque terrorista às Torres Gêmeas. Mas agora, depois de quase sete anos do ocorrido, o que muitos norte-americanos querem é esquecer as imagens mais tristes que o país registrou em dois séculos de existência. Ficar lembrando os aviões espatifando-se nos arranha céus não é muito atrativo para o eleitorado.
Nova York, afinal, não é os Estados Unidos. A cidade de 19 milhões de habitantes, considerada a capital do mundo, não reflete nem de longe a realidade norte-americana. É como tomar o pulso do eleitorado brasileiro pelos cariocas. Tabus como homossexualidade, divórcio, aborto e drogas são vistos como uma certa complacência pelos nova-iorquinos. Basta dar uma volta em Times Square.
Republicanos são conservadores. Não adianta Giuliani ser republicano de carteirinha quando casou três vezes, foi morar com um casal gay quando se divorciou a última vez e é tão liberal em relação ao aborto como uma feminista democrata. A onda conservadora nos Estados Unidos, agora que o país está se derretendo economicamente, continua firme e forte.
Como se não bastasse, ainda existe um fantasma que povoa os sonhos de Giuliani. Vira e mexe, seu sucessor como prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, é citado para concorrer à presidência dos Estados Unidos como candidato independente. A política, seja em qualquer lugar, é uma atividade traiçoeira, mas está sendo impiedosa com Rudy.
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