Para quem, como boa parte dos norte-americanos, acredita que o capitalismo é a solução para tudo, mas tudo mesmo, um livro está provocando no berço do livre mercado a ira da esquerda e até dos próprios capitalistas. A começar pelo mais ilustre deles, Bill Gates, um dos maiores filantropos de todos os tempos, que está distribuindo sua fortuna de mão em mão em remotas aldeias africanas.
Willian R. Easterly, um ex-funcionário do Banco Mundial, defende que os 2,7 trilhões de dólares destinados à caridade pelo mundo ocidental nos últimos cinqüenta anos tiveram um efeito semelhante a, digamos, enxugar gelo. O ato de tirar de quem tem e doar a quem não tem “é fantástico, mas os pobres não são pobres por falta de caridade”, diz ele em seu livro “Why the West’s Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good”
A pobreza existe por “falta de capitalismo”, defende ele. Será? Caso recebessem injeções de livre mercado, não existiriam, segundo o autor, mais de três bilhões de seres humanos que vivem com menos de dois dólares por dia. Um bilhão deles sem ter o suficiente para comer.
Easterly, numa visão completamente oposta à de Gates e à do vocalista da banda U2, Bono, (que faturou mais de 22 milhões de dólares com sua linha de produtos “Red”, que destina porcentagem dos ganhos para programas sociais) está reinventando o preceito bíblico “ao invés de dar o peixe, ensine o homem a pescar”.
Pelas propostas de seu livro, todo o Terceiro Setor – incluindo aí Banco Mundial e outros organismos que tentam mitigar as injustiças globais – iria para o espaço diante dos irrefutáveis argumentos da própria história. Para começar, a explosão do capitalismo desde 1950 fez com que a renda média anual das pessoas subisse de US$ 2 mil para US$ 7 mil. “Ao contrário do senso comum, países pobres cresceram à mesma taxa que os ricos – e este crescimento salvou bilhões de habitantes da miséria”.
Para Easterly, o capitalismo adapta-se como água morro abaixo, descobrindo seus próprios – e imponderáveis – caminhos. Quem diria que a onipresente China se tornaria a fábrica do mundo, competindo pela supremacia com os Estados Unidos, depois de lançar seus habitantes às garras do capitalismo? Pois é, lá quase meio bilhão de chineses saíram da pobreza para a classe média, coisa que deve fazer Karl Marx revirar-se no túmulo.
Num artigo recente no conservador The Wall Street Journal, ele aponta outros fatos que, à revelia de qualquer previsão dos economistas ou planejadores de plantão, também surpreenderam: o Egito é responsável hoje por 94% das importações italianas de cerâmica. A Índia, embora semi-alfabetizada e adormecida por milênios, é hoje a grande fonte mundial de terceirização de tecnologia. O Quênia domina o mercado de flores na Europa, enquanto Lesoto tornou-se o maior exportador de têxteis para os Estados Unidos. Sem falar nas Filipinas, responsável por 72% do mercado mundial de circuitos eletrônicos.
E o Brasil?
Willian R. Easterly, um ex-funcionário do Banco Mundial, defende que os 2,7 trilhões de dólares destinados à caridade pelo mundo ocidental nos últimos cinqüenta anos tiveram um efeito semelhante a, digamos, enxugar gelo. O ato de tirar de quem tem e doar a quem não tem “é fantástico, mas os pobres não são pobres por falta de caridade”, diz ele em seu livro “Why the West’s Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good”
A pobreza existe por “falta de capitalismo”, defende ele. Será? Caso recebessem injeções de livre mercado, não existiriam, segundo o autor, mais de três bilhões de seres humanos que vivem com menos de dois dólares por dia. Um bilhão deles sem ter o suficiente para comer.
Easterly, numa visão completamente oposta à de Gates e à do vocalista da banda U2, Bono, (que faturou mais de 22 milhões de dólares com sua linha de produtos “Red”, que destina porcentagem dos ganhos para programas sociais) está reinventando o preceito bíblico “ao invés de dar o peixe, ensine o homem a pescar”.
Pelas propostas de seu livro, todo o Terceiro Setor – incluindo aí Banco Mundial e outros organismos que tentam mitigar as injustiças globais – iria para o espaço diante dos irrefutáveis argumentos da própria história. Para começar, a explosão do capitalismo desde 1950 fez com que a renda média anual das pessoas subisse de US$ 2 mil para US$ 7 mil. “Ao contrário do senso comum, países pobres cresceram à mesma taxa que os ricos – e este crescimento salvou bilhões de habitantes da miséria”.
Para Easterly, o capitalismo adapta-se como água morro abaixo, descobrindo seus próprios – e imponderáveis – caminhos. Quem diria que a onipresente China se tornaria a fábrica do mundo, competindo pela supremacia com os Estados Unidos, depois de lançar seus habitantes às garras do capitalismo? Pois é, lá quase meio bilhão de chineses saíram da pobreza para a classe média, coisa que deve fazer Karl Marx revirar-se no túmulo.
Num artigo recente no conservador The Wall Street Journal, ele aponta outros fatos que, à revelia de qualquer previsão dos economistas ou planejadores de plantão, também surpreenderam: o Egito é responsável hoje por 94% das importações italianas de cerâmica. A Índia, embora semi-alfabetizada e adormecida por milênios, é hoje a grande fonte mundial de terceirização de tecnologia. O Quênia domina o mercado de flores na Europa, enquanto Lesoto tornou-se o maior exportador de têxteis para os Estados Unidos. Sem falar nas Filipinas, responsável por 72% do mercado mundial de circuitos eletrônicos.
E o Brasil?
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