Nova York – Nesta semana o candidato democrata Barack Obama aceitará a indicação do partido para concorrer à Presidência dos Estados Unidos na convenção de Denver, capital do Colorado, iniciando o round final no embate com o candidato republicano, John McCain. ` Seja qual for o resultado, a campanha virtual do americano-queniano-hawaiano à presidência dos Estados Unidos, que vai custar mais de US$ 1 bilhão até outubro, tornou-se um oráculo para todos os outros candidatos que, de tempos em tempos, aventuram-se a cargos eletivos em qualquer país do mundo.
Seu website funciona como um alçapão para capturar eleitores que hoje passam boa parte do dia na frente de uma tela de computador, seja no trabalho ou no lar. O objetivo principal, como era de ser esperar, é arrecadar dinheiro num país de bolsos fartos onde 90% das casas estão plugadas na rede.
Há dias, por exemplo, o site exibe uma pegadinha: “seja o primeiro a saber quem vai ser o vice-presidente de Obama”, um segredo tão bem guardado feito a fórmula da Coca-Cola. Basta registrar seu nome e email e você saberá instantaneamente (talvez até antes da imprensa....) quem vai compor a chapa do candidato democrata.
Outra? Doe dez dólares e concorra a uma jantar com Obama. Uma significativa parte das doações (30%) ao candidato é deste valor. Na internet, e com cartão de crédito, milhões de americanos estão contribuindo um pouquinho para eleger o candidato do povo, como geralmente se fala dos candidatos do partido Democrata nos Estados Unidos.
Participação, debate, organização. Além de um mergulho na biografia e nas propostas de campanha, o site tornou-se um imenso espaço colaborativo. Estimula os eleitores, ensina os fundamentos da liderança, fornece material de campanha, vende camisetas, logotipos e DVDs, mergulha na realidade de cada um dos 50 estados americanos e, principalmente, utiliza todas as ferramentas atuais para agregar pessoas: FaceBook, Myspace, Youtube, Flick, Linkedin ...e por aí vai. De quebra, você pode registrar o número do seu celular para receber mensagens do candidato.
Melhor, impossível.
No futuro, a história registrará esta campanha on line como um marco que transformou e aprimorou a democracia, trazendo o eleitor para o centro real do espetáculo, coisa que jamais se imaginava quando este modelo político foi inventado na antiga Grécia.
Nesta nova posição, o eleitor vai se apegar ao poder que nunca teve. Vai querer que as decisões não esperem quatro ou oito anos para serem efetivadas. Ou, quem sabe, não vai querer mais a intermediação de políticos para proteger o seu status quo, melhorar de vida ou ajudar quem precisa.
Com Barack, abre-se uma janela para adivinharmos o futuro de nós enquanto seres políticos. Deseja mudança? Quer uma escola no seu bairro? Eleger ou depor um governante? Abra a tela do computador e simplesmente dê um clique.
Nenhum comentário:
Postar um comentário