Aposentado da TV há oito anos, o comediante americano Jerry Seinfield voltou às manchetes na semana passada depois que a revista Forbes elegeu-o como uma das celebridades que mais ganhou dinheiro no ano fiscal americano. Jerome Seinfield, nascido no Brooklyn e filho de um caixeiro-viajante, fez mais de US$ 120 milhões no ano fiscal americano com direitos autorais e vendas de DVD. E vai ganhar mais ainda, e por muitos anos, sem fazer nada. É o 28° da lista, só que todos os outros trabalham – e muito.
“Seinfield, ou show sobre o nada”, como foi idealizado e produzido por ele entre 1989 e 1996, sequer foi percebido no começo. Com o sucesso, modificou os paradigmas da televisão americana por não contribuir em nada para a cultura, os valores familiares, o meio ambiente, a paz mundial ou qualquer outra coisa. Pior de tudo, suas histórias nunca têm final feliz. Politica, social e humanamente incorreto, é até hoje um dos campeões de audiência nos Estados Unidos.
Desde de que acabaram as temporadas, o seriado é repetido em quatro capítulos diários pela TBS e por centenas de Tvs locais, num sistema de distribuição conhecido aqui de sindicalização. De segunda à sexta, das 9 às 11 da noite. 120 minutos de Seinfield. Dvds, fãs clubes, biografias não-autorizadas, compilação dos scritps e até uma teoria macabra, a de que eles jamais fariam sucesso novamente, ajudam a reforçar até hoje o fanatismo pelo humor sarcástico, cruel e obsessivo de Seinfield, George Constanza, Cosmo Kramer e Elaine Bernes.
Quando surgiu, o seriado foi descrito como pós-moderno: solteiros na faixa de 30 anos, sem raízes, vagas identidades e alheios a qualquer moral. As ações se passam dentro da cozinha do apartamento de Jerry (que também na vida real é maníaco por limpeza, super-heróis e sucrilhos) no Upper West Site de Manhattan, num recorrente e abrupto entra-e-sai de George, Cosmo, Elaine e um ator coadjuvante, Newman, um carteiro que esconde correspondências quando neva em Nova York.
Jerry faz o papel de anfitrião e espectador dos fatos que giram, basicamente, sobre sucessão de derrotas morais, profissionais e familiares de seu amigo George (Jason Alexander), um personagem que, na (melhor) definição de Elaine, é troncudo, lerdo, baixinho e careca. A própria Elaine (Julia Louis-Dreyfus – na vida real herdeira milionária) e Cosmo Kramer, este sim, um doido varrido (Michael Richards, único ator não judeu) encarregaram-se de abrilhantar a trama em torno de ser, por exemplo, surpreendido limpando o nariz, não fechar a porta do banheiro, xingar operadores de call centers ou selar envelopes com saliva – fato que matou a noiva de George Constanza quando postava os convites de casamento.
Por ser um seriado sobre nada, tanto faz assistir como não assistir. Mas quando se assiste, mesmo repetidas vezes, morre-se de rir. Jerry Seinfield, no auge da fama, resolveu um dia parar de fazê-lo. Recusou US$ 5 milhões de dólares por capítulo (ele ganhava US$ 1 milhão por episódio), o que o fez ser citado no Guiness, o livro dos recordes, como o ator que até hoje recusou a maior grana para trabalhar.
O seriado também está no Guiness pelo maior preço de publicidade já pago até 2004, quando terminou Friends, outro seriado novaiorquinho sobre o nada. Seinfield também marca o ápice da era do merchandising na TV. Produtos que estão em seu apartamento – desde pacotes de sucrilhos, caramelos, molhos até o Apple Macintosh - renderam milhões de dólares aos criadores e à Sony, que distribui o programa.
O fim de Seinfield, lamentado em todo o mundo, foi capa da revista Time em 1998. O último episódio, onde todos são presos por presenciarem um crime de rua sem reagir, representa o pagamento do preço por ser incorreto. Pois aqui, até segunda ordem, não existe impunidade.
Segundo a revista The Economist, Seinfield também mostra o ápice da recuperação da cidade de Nova York naquele final dos anos 90, antes dos ataques de 11 de Setembro. Antigamente, dizia a revista, os seriados que tinham a cidade como pano de fundo eram todos sobre violência, sequestros, estupros e sexo. Seinfield chegou mudou tudo com um show sobre o nada.
“Seinfield, ou show sobre o nada”, como foi idealizado e produzido por ele entre 1989 e 1996, sequer foi percebido no começo. Com o sucesso, modificou os paradigmas da televisão americana por não contribuir em nada para a cultura, os valores familiares, o meio ambiente, a paz mundial ou qualquer outra coisa. Pior de tudo, suas histórias nunca têm final feliz. Politica, social e humanamente incorreto, é até hoje um dos campeões de audiência nos Estados Unidos.
Desde de que acabaram as temporadas, o seriado é repetido em quatro capítulos diários pela TBS e por centenas de Tvs locais, num sistema de distribuição conhecido aqui de sindicalização. De segunda à sexta, das 9 às 11 da noite. 120 minutos de Seinfield. Dvds, fãs clubes, biografias não-autorizadas, compilação dos scritps e até uma teoria macabra, a de que eles jamais fariam sucesso novamente, ajudam a reforçar até hoje o fanatismo pelo humor sarcástico, cruel e obsessivo de Seinfield, George Constanza, Cosmo Kramer e Elaine Bernes.
Quando surgiu, o seriado foi descrito como pós-moderno: solteiros na faixa de 30 anos, sem raízes, vagas identidades e alheios a qualquer moral. As ações se passam dentro da cozinha do apartamento de Jerry (que também na vida real é maníaco por limpeza, super-heróis e sucrilhos) no Upper West Site de Manhattan, num recorrente e abrupto entra-e-sai de George, Cosmo, Elaine e um ator coadjuvante, Newman, um carteiro que esconde correspondências quando neva em Nova York.
Jerry faz o papel de anfitrião e espectador dos fatos que giram, basicamente, sobre sucessão de derrotas morais, profissionais e familiares de seu amigo George (Jason Alexander), um personagem que, na (melhor) definição de Elaine, é troncudo, lerdo, baixinho e careca. A própria Elaine (Julia Louis-Dreyfus – na vida real herdeira milionária) e Cosmo Kramer, este sim, um doido varrido (Michael Richards, único ator não judeu) encarregaram-se de abrilhantar a trama em torno de ser, por exemplo, surpreendido limpando o nariz, não fechar a porta do banheiro, xingar operadores de call centers ou selar envelopes com saliva – fato que matou a noiva de George Constanza quando postava os convites de casamento.
Por ser um seriado sobre nada, tanto faz assistir como não assistir. Mas quando se assiste, mesmo repetidas vezes, morre-se de rir. Jerry Seinfield, no auge da fama, resolveu um dia parar de fazê-lo. Recusou US$ 5 milhões de dólares por capítulo (ele ganhava US$ 1 milhão por episódio), o que o fez ser citado no Guiness, o livro dos recordes, como o ator que até hoje recusou a maior grana para trabalhar.
O seriado também está no Guiness pelo maior preço de publicidade já pago até 2004, quando terminou Friends, outro seriado novaiorquinho sobre o nada. Seinfield também marca o ápice da era do merchandising na TV. Produtos que estão em seu apartamento – desde pacotes de sucrilhos, caramelos, molhos até o Apple Macintosh - renderam milhões de dólares aos criadores e à Sony, que distribui o programa.
O fim de Seinfield, lamentado em todo o mundo, foi capa da revista Time em 1998. O último episódio, onde todos são presos por presenciarem um crime de rua sem reagir, representa o pagamento do preço por ser incorreto. Pois aqui, até segunda ordem, não existe impunidade.
Segundo a revista The Economist, Seinfield também mostra o ápice da recuperação da cidade de Nova York naquele final dos anos 90, antes dos ataques de 11 de Setembro. Antigamente, dizia a revista, os seriados que tinham a cidade como pano de fundo eram todos sobre violência, sequestros, estupros e sexo. Seinfield chegou mudou tudo com um show sobre o nada.
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