No Agente 86, do genial Mel Brooks, o seriado mais engracado desde que foi criada a TV, existe um cena hilária. Presos num cofre-forte por uma artimanha da Kaos (a agência secreta do mal), dois agentes têm apenas 30 minutos de oxigênio. Um deles começa a fazer ginástica e bufar. O outro reclama: “mas nós temos apenas 30 minutos de ar”. O outro responde: “você use a sua metade como você quiser”.
A Terra está parecendo o cofre-forte de Maxwell Smart (Don Adams), “o mais conhecido (sic) agente secreto de todo o mundo”. Somos 6,3 bilhões de seres neste Planeta, formato por Deus para apenas 1,9 bilhão de seres humanos, segundo biólogos com base em modelos matemáticos. Ou seja, há gente demais para pouco ar.
Por isto nada melhor que o americano comum ficar enfezado com a gasolina a três dólares o galão (ainda é mais barata que no Brasil). Atacados na parte mais sensível do seu corpo, o bolso, nossos irmãos do norte, viciados em petróleo, iniciaram uma revolução verde capaz de devolver o ar puro aos nossos pulmões. Por onde? Pelo bolso.
Até agora pouca gente abriu mão de ligar o ar condicionado, voar a jato ou deixar o carro na garagem. Mas a corrida do ouro de agora é a energia. Os venture capitalists estão de olho na produção de etanol (do Brasil), as montadoras já fabricam carros elétricos (agora mesmo saem os de hidrogênio), e as fazendas de vento, as chamadas wind farms, com aqueles imensos ventiladores, já proliferam em vários Estados.
O mais interessante, no entanto, está nos sites que permitem, digamos, o perdão conservacionista. Nada religioso, é bom que se diga. São sites nos quais você paga uma quantia (50, 60 dólares por mês) para reparar (ou neutralizar) o dano que você, assustado leitor, provoca na Terra diariamente.
O dinheiro é utilizado (e auditado) em investimentos em energia limpa (aeolica, solar etc), no reflorestamento, na eficiência energética, combustíveis reutilizáveis, reciclagem de materiais etc., Terrapass.com, carbonfund.org, nativeenergy.com e self.org fazem sucesso nos Estados Unidos, especialmente para quem anda de SUVs, os carros gigantes que consomem mais de 80 dólares para encher o tanque e que emitem, em média, 10 mil libras de dióxido de carbono ao ano. Em troca, você ganha certificados, adesivos, bônus e, principalmente, o perdão por sujar o Planeta.
É bom que se diga que não estamos arriscados de uma hora para outra a degelar os pólos, transformar as florestas em desertos ou morrermos sufocados, como era o desejo da malvada Kaos, a agencia do mal. Mas se continuarmos a deixar nossos rastros no Planeta (hoje emitimos 60% mais dióxido de carbono do que antes da revolução industrial) nossos filhos e netos não terão muitas alternativas. O problema, pode argumentar você, é deles, mas (sem querer ser debochado) é bom a gente tomar pelo menos um pouco de cuidado.
Veja o exemplo da água, a commodity mais comercializada em todo o mundo, mais do que o petróleo e o café. Calcula-se (também através de modelos matemáticos) que um copo d’água, quem diria, custe hoje em média 2,9 dólares. Quase o preço do galão da gasolina aqui nos Estados Unidos. É muito dinheiro, tanto para quem vive na beira do rio Amazonas ou no deserto do Saara.
Nos Estados Unidos a máxima “aqui se faz, aqui se paga” nunca valeu tanto. O país funciona à base de grana, como se sabe, e as ameaças de aiatolás, Evo Moralez e Hugo Cháves (que foram o novo eixo do mal), estão assustando quem consome pelo menos 30% dos 65 milhões de carros produzidos mundialmente a cada ano.
Ainda não vimos a revolução verde estourar, mas ela está perto. E ela começará pelos Estados Unidos, que está para o mundo assim como São Paulo está para o Brasil.
O país que produz anualmente quase 14 trilhões de dólares, mas que para isto é responsável por 50% da poluição do Planeta, sabe que a era do petróleo e de outros combustíveis fósseis está no fim. Pode fazer uma guerra ali ou acolá, mas jamais deixará que a falta de energia deixe o país de cabeça para baixo.
Algo como aquela cena do Agente 86, quando Maxwell Smart passa diante da Agente 99 (Barbara Feldon), que se camuflava de cabeça para baixo numa emboscada, e pergunta: “É você 66?”.
“Não Max, é a 99”, responde ela.
A Terra está parecendo o cofre-forte de Maxwell Smart (Don Adams), “o mais conhecido (sic) agente secreto de todo o mundo”. Somos 6,3 bilhões de seres neste Planeta, formato por Deus para apenas 1,9 bilhão de seres humanos, segundo biólogos com base em modelos matemáticos. Ou seja, há gente demais para pouco ar.
Por isto nada melhor que o americano comum ficar enfezado com a gasolina a três dólares o galão (ainda é mais barata que no Brasil). Atacados na parte mais sensível do seu corpo, o bolso, nossos irmãos do norte, viciados em petróleo, iniciaram uma revolução verde capaz de devolver o ar puro aos nossos pulmões. Por onde? Pelo bolso.
Até agora pouca gente abriu mão de ligar o ar condicionado, voar a jato ou deixar o carro na garagem. Mas a corrida do ouro de agora é a energia. Os venture capitalists estão de olho na produção de etanol (do Brasil), as montadoras já fabricam carros elétricos (agora mesmo saem os de hidrogênio), e as fazendas de vento, as chamadas wind farms, com aqueles imensos ventiladores, já proliferam em vários Estados.
O mais interessante, no entanto, está nos sites que permitem, digamos, o perdão conservacionista. Nada religioso, é bom que se diga. São sites nos quais você paga uma quantia (50, 60 dólares por mês) para reparar (ou neutralizar) o dano que você, assustado leitor, provoca na Terra diariamente.
O dinheiro é utilizado (e auditado) em investimentos em energia limpa (aeolica, solar etc), no reflorestamento, na eficiência energética, combustíveis reutilizáveis, reciclagem de materiais etc., Terrapass.com, carbonfund.org, nativeenergy.com e self.org fazem sucesso nos Estados Unidos, especialmente para quem anda de SUVs, os carros gigantes que consomem mais de 80 dólares para encher o tanque e que emitem, em média, 10 mil libras de dióxido de carbono ao ano. Em troca, você ganha certificados, adesivos, bônus e, principalmente, o perdão por sujar o Planeta.
É bom que se diga que não estamos arriscados de uma hora para outra a degelar os pólos, transformar as florestas em desertos ou morrermos sufocados, como era o desejo da malvada Kaos, a agencia do mal. Mas se continuarmos a deixar nossos rastros no Planeta (hoje emitimos 60% mais dióxido de carbono do que antes da revolução industrial) nossos filhos e netos não terão muitas alternativas. O problema, pode argumentar você, é deles, mas (sem querer ser debochado) é bom a gente tomar pelo menos um pouco de cuidado.
Veja o exemplo da água, a commodity mais comercializada em todo o mundo, mais do que o petróleo e o café. Calcula-se (também através de modelos matemáticos) que um copo d’água, quem diria, custe hoje em média 2,9 dólares. Quase o preço do galão da gasolina aqui nos Estados Unidos. É muito dinheiro, tanto para quem vive na beira do rio Amazonas ou no deserto do Saara.
Nos Estados Unidos a máxima “aqui se faz, aqui se paga” nunca valeu tanto. O país funciona à base de grana, como se sabe, e as ameaças de aiatolás, Evo Moralez e Hugo Cháves (que foram o novo eixo do mal), estão assustando quem consome pelo menos 30% dos 65 milhões de carros produzidos mundialmente a cada ano.
Ainda não vimos a revolução verde estourar, mas ela está perto. E ela começará pelos Estados Unidos, que está para o mundo assim como São Paulo está para o Brasil.
O país que produz anualmente quase 14 trilhões de dólares, mas que para isto é responsável por 50% da poluição do Planeta, sabe que a era do petróleo e de outros combustíveis fósseis está no fim. Pode fazer uma guerra ali ou acolá, mas jamais deixará que a falta de energia deixe o país de cabeça para baixo.
Algo como aquela cena do Agente 86, quando Maxwell Smart passa diante da Agente 99 (Barbara Feldon), que se camuflava de cabeça para baixo numa emboscada, e pergunta: “É você 66?”.
“Não Max, é a 99”, responde ela.
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