Se você quer passear no futuro mas não é vidente e nem acredita em túnel do tempo, venha para São Francisco, na Califórnia. A capital da “Corrida do Ouro”, destruída por terremotos e incêndios em 1906, berço da contracultura e da liberdade sexual, terá Internet sem fio em qualquer lugar a partir deste ano, fazendo com que qualquer residente possa estar plugado na rede gratuitamente – ou por um preço simbólico.
A iniciativa, calculada em mais de US$ 3 bilhões no decorrer dos próximos anos, é do prefeito Gavin Newson, um empertigado político nascido em 1967 que na semana passada foi pego fazendo a mesma coisa que seu ídolo Bill Clinton fez no Salão Oval com Monica Lewinsky – e que por semelhante razão está sendo forçado a deixar a Prefeitura.
Newson pode até sofrer um impeachment (ele se desculpou alegando que é alcoólatra), mas passará para a história como o primeiro prefeito americano a pôr em prática a chamada democratização do acesso à internet, especialmente para as famílias de baixa renda (embora baixa renda aqui é sinônimo de classe média no Brasil).
O prefeito de São Francisco tem a mesma idéia fixa de gente como o grego-americano Nicholas Negroponte, do MIT, que quer colocar na mão de cada criança do mundo um laptop, ou do brasileiro Rodrigo Baggio, do Comitê para a Democratização da Informática.
Mas para realizar seu sonho, no entanto, Newson fez uma jogada de mestre: uma parceria público-privada com nada mais do que a Earthlink e o Google, duas das maiores empresas da internet, que além de implantarem a rede ainda vão pagar o município por este benefício aos seus habitantes.
Para entender o que isto significa, basta ver o que já está acontecendo em qualquer café, escola, estação de metrô ou mesmo na RSA, uma gigantesca feira de segurança de informações realizada semana passada no Moscone Center, onde mais de 15 mil nerds, vestidos com malhas que se adaptam ao calor e protegem do frio e da chuva, circulam carregando laptops, PDAs, Ipods, celulares, GPSs e um invariável café latte, um aguado e requentado café com leite que custa US$ 2,5 dolares.
Aqui é o epicentro de uma segunda corrida do ouro, a Internet 2.0, onde gente de todo mundo vem abrir empresas pontocom, fazer sucesso rápido e vendê-las (também) a preço de ouro. Ao lado do Vale do Silício e vizinho das universidades de Stanford e Berkeley, São Francisco ferve alta tecnologia, em todos cantos, em todos os lugares.
Embora existam 43 morros nos limites da cidade, que dificultam a implementacao do wifi, o município é densamente com gente rica, ou que está em vias de se tornar bem de vida.
Abastada por 15 milhões de turistas ao ano, que despejam mais de oito bilhões de dolares, e com 39% da sua população estrangeira, a cidade é um retrato do que está para acontecer em escala global. Aqui o mundo está mergulhado na internet, com a profusão de vídeos do You Tube, papos via Skype, dever de casa na Wikipedia e uma crescente aversão a qualquer contato físico, trabalho manual (mesmo os mais leves), soporíferos expedientes de trabalho e carteira assinada. O mundo gira 24 horas por dia, sete dias da semana, multifacetado, em diferentes línguas e dialetos.
Mas nem tudo são flores (e bites) nesta cidade criada pelos mexicanos em homenagem a São Francisco de Assis. Ao lado dos traficantes de drogas– em muitos bairros recomenda-se não sair à noite – existem borbotões de sem-teto dormindo nos passeios, avassaladora invasão chinesa no setor de serviços e alerta contra atos terroristas – especialmente que venham pôr fogo novamente na cidade. Nada que o detetive maníaco-depressivo Monk, que estrela o seriado filmado na cidade, não consiga resolver.
Com o acesso ilimitado à rede, no entanto, São Francisco sai na frente de todas as cidades de seu porte nos Estados Unidos. Pelo acordo, segundo a PRNewswire, a Earthlink criará uma rede que vai oferecer um serviço premium (1 megabit por segundo) por 20 dólares mensais. Assume também a responsabilidade de pagar cinco por cento do faturamento para que a cidade crie um fundo de inclusão digital.
Já o Google, que a cada dia estende seus tentáculos em diversos e variados setores, vai oferecer um serviço básico, a 300 quilobits por segundo, gratuitamente. Por enquanto é impossível quantificar o que a Prefeitura e a cidade vão ganhar proporcionando acesso ilimitado. Mas como Sao Francisco dizia, é dando que se recebe.
A iniciativa, calculada em mais de US$ 3 bilhões no decorrer dos próximos anos, é do prefeito Gavin Newson, um empertigado político nascido em 1967 que na semana passada foi pego fazendo a mesma coisa que seu ídolo Bill Clinton fez no Salão Oval com Monica Lewinsky – e que por semelhante razão está sendo forçado a deixar a Prefeitura.
Newson pode até sofrer um impeachment (ele se desculpou alegando que é alcoólatra), mas passará para a história como o primeiro prefeito americano a pôr em prática a chamada democratização do acesso à internet, especialmente para as famílias de baixa renda (embora baixa renda aqui é sinônimo de classe média no Brasil).
O prefeito de São Francisco tem a mesma idéia fixa de gente como o grego-americano Nicholas Negroponte, do MIT, que quer colocar na mão de cada criança do mundo um laptop, ou do brasileiro Rodrigo Baggio, do Comitê para a Democratização da Informática.
Mas para realizar seu sonho, no entanto, Newson fez uma jogada de mestre: uma parceria público-privada com nada mais do que a Earthlink e o Google, duas das maiores empresas da internet, que além de implantarem a rede ainda vão pagar o município por este benefício aos seus habitantes.
Para entender o que isto significa, basta ver o que já está acontecendo em qualquer café, escola, estação de metrô ou mesmo na RSA, uma gigantesca feira de segurança de informações realizada semana passada no Moscone Center, onde mais de 15 mil nerds, vestidos com malhas que se adaptam ao calor e protegem do frio e da chuva, circulam carregando laptops, PDAs, Ipods, celulares, GPSs e um invariável café latte, um aguado e requentado café com leite que custa US$ 2,5 dolares.
Aqui é o epicentro de uma segunda corrida do ouro, a Internet 2.0, onde gente de todo mundo vem abrir empresas pontocom, fazer sucesso rápido e vendê-las (também) a preço de ouro. Ao lado do Vale do Silício e vizinho das universidades de Stanford e Berkeley, São Francisco ferve alta tecnologia, em todos cantos, em todos os lugares.
Embora existam 43 morros nos limites da cidade, que dificultam a implementacao do wifi, o município é densamente com gente rica, ou que está em vias de se tornar bem de vida.
Abastada por 15 milhões de turistas ao ano, que despejam mais de oito bilhões de dolares, e com 39% da sua população estrangeira, a cidade é um retrato do que está para acontecer em escala global. Aqui o mundo está mergulhado na internet, com a profusão de vídeos do You Tube, papos via Skype, dever de casa na Wikipedia e uma crescente aversão a qualquer contato físico, trabalho manual (mesmo os mais leves), soporíferos expedientes de trabalho e carteira assinada. O mundo gira 24 horas por dia, sete dias da semana, multifacetado, em diferentes línguas e dialetos.
Mas nem tudo são flores (e bites) nesta cidade criada pelos mexicanos em homenagem a São Francisco de Assis. Ao lado dos traficantes de drogas– em muitos bairros recomenda-se não sair à noite – existem borbotões de sem-teto dormindo nos passeios, avassaladora invasão chinesa no setor de serviços e alerta contra atos terroristas – especialmente que venham pôr fogo novamente na cidade. Nada que o detetive maníaco-depressivo Monk, que estrela o seriado filmado na cidade, não consiga resolver.
Com o acesso ilimitado à rede, no entanto, São Francisco sai na frente de todas as cidades de seu porte nos Estados Unidos. Pelo acordo, segundo a PRNewswire, a Earthlink criará uma rede que vai oferecer um serviço premium (1 megabit por segundo) por 20 dólares mensais. Assume também a responsabilidade de pagar cinco por cento do faturamento para que a cidade crie um fundo de inclusão digital.
Já o Google, que a cada dia estende seus tentáculos em diversos e variados setores, vai oferecer um serviço básico, a 300 quilobits por segundo, gratuitamente. Por enquanto é impossível quantificar o que a Prefeitura e a cidade vão ganhar proporcionando acesso ilimitado. Mas como Sao Francisco dizia, é dando que se recebe.
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