O crime compensa tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Aí, como se diz, pela certeza da impunidade. Aqui, ao contrário, pela certeza da punição. O país vai gastar este ano mais de US$ 60 bilhões para manter 2,4 milhões de americanos (e imigrantes mexicanos, brasileiros, russos etc.) confinados em mais de cinco mil prisões e penitenciárias, tanto no continente como nos territórios.
O dinheiro está fazendo a festa dos carcereiros (existe emprego mais insalubre?), das comunidades ao redor das penitenciárias (que atraem empregos e renda) e, principalmente, das empresas especializadas na chamada terceirização do cárcere, um negócio que está chamando a atenção de Wall Street.
O Washington Post diz que 13,5 milhões de pessoas circulam anualmente pelo entra-e-sai das prisões dos Estados Unidos. De cada 100 americanos, um está cumprindo pena. 57 deles por posse e tráfico de drogas. O país possui a maior população encarcerada do mundo em termos proporcionais, quase sete vezes mais do que o Brasil. Aumenta cerca de 3,2% a cada ano.
E vai piorar. Pressionado por congressistas e pela opinião pública, o Governo Bush promete apertar o cerco aos imigrantes ilegais, que ainda entram aos borbotões pela fronteira mexicana.
Segundo revelou semana passada o The New York Times, as autoridades acreditam que, no outono de 2007, cerca de 27 mil imigrantes ilegais ficarão detidos a cada noite. Cada um custará 95 dólares a cada 24 horas.
Embora respondam - ainda - por 6% das prisões estaduais e 14% das federais, as empresas privadas que constroem e administram presídios fazem parte de um excelente – e pujante - negócio. Algo como prestar servicos no Iraque para o Governo americano. O risco é grande, mas o lucro tambem é.
Corrections Corporation e GEO, empresas líderes do setor, já brilham nos olhos dos fundos de investimento. As ações destes empresas subiram ate 86% em menos de um ano, promovendo uma corrida de especuladores.
Com dinheiro jorrando no caixa, a criatividade também transborda. Há prisões de todos os tipos: segurança máxima (onde reside Theodore Kaczynski, mais conhecido como Unabomber), mínima (onde morou nos últimos tempos a apresentadora Marta Stewart), ou que podem ser construídas em apenas 24 horas, em qualquer lugar, com fantásticos dispositivos eletrônicos para garantir o isolamento.
- O mercado da detenção, diz Patrick Swindle, diretor da Avandale, um firma de investimentos, projeta aumento de US$ 200 a US$ 250 milhões nos próximos 12 meses. Tudo depende, segundo ele, da eficiência das autoridades em prender mais criminosos e imigrantes ilegais. Quanto mais gente presa, mais dinheiro em caixa.
O sistema, como se vê, se retroalimenta.
Afora as tragédias de sempre – estupros, rebeliões, doenças, mortes -, a privatização das penitenciárias americanas é criticada no país por uma simples razão. Acredita-se que as empresas fornecedoras fazem de tudo para diminuir o “custo por cama”, índice gerencial que mede a eficiência do setor.
No mote capitalista de cortar custos e aumentar a receita, desconfia-se que estes fornecedores tratem mal os presos com comida de qualidade duvidosa, carcereiros de integridade duvidosa e seguranca de eficiência duvidosa.
As empresas, no entanto, renegam as acusações em seus websites. Possuem até uma entidade, a American Correctional Association, para padronizar atividades, treinar funcionários e proteger seus interesses. Antes nas mãos privadas no que na secular e paquidérmica ineficiência do Estado, defendem.
Ao contrário de vários países do mundo, que acreditam mais na prevenção do que na politica do bateu, levou, os Estados Unidos não pensam duas vezes antes de mandar criminoso para a cadeia, seja rico ou seja pobre. Muita gente chique e engravatada é vista com algemas e sorrisos amarelos entrando no xadrez. Mas a verdade é que cerca de 60% dos presidiários são afro ou hispanoamericanos.
Com o capitalismo levado ao extremo, os Estados Unidos é também o maior produtor de criminosos. Uma recente pesquisa mostrou que, num universo de 300 mil ex-prisioneiros, 67% foram presos novamente em três anos.
Como se vê, cliente não falta.
O dinheiro está fazendo a festa dos carcereiros (existe emprego mais insalubre?), das comunidades ao redor das penitenciárias (que atraem empregos e renda) e, principalmente, das empresas especializadas na chamada terceirização do cárcere, um negócio que está chamando a atenção de Wall Street.
O Washington Post diz que 13,5 milhões de pessoas circulam anualmente pelo entra-e-sai das prisões dos Estados Unidos. De cada 100 americanos, um está cumprindo pena. 57 deles por posse e tráfico de drogas. O país possui a maior população encarcerada do mundo em termos proporcionais, quase sete vezes mais do que o Brasil. Aumenta cerca de 3,2% a cada ano.
E vai piorar. Pressionado por congressistas e pela opinião pública, o Governo Bush promete apertar o cerco aos imigrantes ilegais, que ainda entram aos borbotões pela fronteira mexicana.
Segundo revelou semana passada o The New York Times, as autoridades acreditam que, no outono de 2007, cerca de 27 mil imigrantes ilegais ficarão detidos a cada noite. Cada um custará 95 dólares a cada 24 horas.
Embora respondam - ainda - por 6% das prisões estaduais e 14% das federais, as empresas privadas que constroem e administram presídios fazem parte de um excelente – e pujante - negócio. Algo como prestar servicos no Iraque para o Governo americano. O risco é grande, mas o lucro tambem é.
Corrections Corporation e GEO, empresas líderes do setor, já brilham nos olhos dos fundos de investimento. As ações destes empresas subiram ate 86% em menos de um ano, promovendo uma corrida de especuladores.
Com dinheiro jorrando no caixa, a criatividade também transborda. Há prisões de todos os tipos: segurança máxima (onde reside Theodore Kaczynski, mais conhecido como Unabomber), mínima (onde morou nos últimos tempos a apresentadora Marta Stewart), ou que podem ser construídas em apenas 24 horas, em qualquer lugar, com fantásticos dispositivos eletrônicos para garantir o isolamento.
- O mercado da detenção, diz Patrick Swindle, diretor da Avandale, um firma de investimentos, projeta aumento de US$ 200 a US$ 250 milhões nos próximos 12 meses. Tudo depende, segundo ele, da eficiência das autoridades em prender mais criminosos e imigrantes ilegais. Quanto mais gente presa, mais dinheiro em caixa.
O sistema, como se vê, se retroalimenta.
Afora as tragédias de sempre – estupros, rebeliões, doenças, mortes -, a privatização das penitenciárias americanas é criticada no país por uma simples razão. Acredita-se que as empresas fornecedoras fazem de tudo para diminuir o “custo por cama”, índice gerencial que mede a eficiência do setor.
No mote capitalista de cortar custos e aumentar a receita, desconfia-se que estes fornecedores tratem mal os presos com comida de qualidade duvidosa, carcereiros de integridade duvidosa e seguranca de eficiência duvidosa.
As empresas, no entanto, renegam as acusações em seus websites. Possuem até uma entidade, a American Correctional Association, para padronizar atividades, treinar funcionários e proteger seus interesses. Antes nas mãos privadas no que na secular e paquidérmica ineficiência do Estado, defendem.
Ao contrário de vários países do mundo, que acreditam mais na prevenção do que na politica do bateu, levou, os Estados Unidos não pensam duas vezes antes de mandar criminoso para a cadeia, seja rico ou seja pobre. Muita gente chique e engravatada é vista com algemas e sorrisos amarelos entrando no xadrez. Mas a verdade é que cerca de 60% dos presidiários são afro ou hispanoamericanos.
Com o capitalismo levado ao extremo, os Estados Unidos é também o maior produtor de criminosos. Uma recente pesquisa mostrou que, num universo de 300 mil ex-prisioneiros, 67% foram presos novamente em três anos.
Como se vê, cliente não falta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário